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Enquanto o senso comum nos convida a olhar pra cima, para miramos o céu e os mistérios do que vem do alto, o performer estadunidense William Pope.L desde os anos 70 escolhe desviar nosso foco e olhar para o sentido contrário – para o chão, cumprindo o sentido da arte em revelar o que não é visto em um primeiro olhar. Reconhecido também por seu trabalho como artista visual, foi através das performances conhecidas como “crawls” ou rastejamentos, em tradução livre, que desde os anos 70 o artista vem tornando o ato de rastejar em arte, discurso, política, e estética.
Pope.L em parte da performance Tompkins Square Crawl, praticada em Nova York em 1991
Outra “cena” de Tompkins Square Crawl, de 1991
-René Robert: o fotógrafo que desmaiou e morreu de frio e indiferença nas ruas de Paris
Os “rastejamentos” de Pope.L começaram em 1978, quando o artista, em busca de um trabalho que não precisasse de linguagem além de uma ação, vestiu um terno executivo com um quadrado amarelo atado às costas, e percorreu usando as mãos e os joelhos parte da rua 42, em Nova York: intitulado Times Square Crawl a.k.a. Meditation Square Piece, a obra previa a “desistência da verticalidade” como princípio. Além de desviar nosso olhar do óbvio e nos levar a olhar para o que passaria desapercebido, a performance também visava oferecer visibilidade à realidade das pessoas em situação de rua, dilema que afetava alguns membros da família do artista. A maioria das pessoas poderia desprezar o artista ao chão, mas se um passante olhasse para baixo, o sentido da obra estaria completo – e missão cumprida.
Times Square Crawl, primeira performance de rastejamento, de 1978
A primeira peça também foi batizada como Meditation Square Piece
Como o nome sugere, o artista rastejava pela região da Times Square
Policial “interrompendo” a performance, em 1978
-Série de fotos impressionante mostra a Nova York dos anos 70 e 80
Desde então, o artista – que também trabalha como professor e pesquisador das artes há décadas no país – já se arrastou por quase toda Nova York e ruas em cidades de diversos países, vestindo-se também com a roupa do Super-homem, e carregando objetos como um vaso de flores e um skate preso às costas – entrando em contato, segundo ele, com a realidade que existe somente à altura dos nossos pés. Outra performance célebre de Pope.L foi realizada em 1997 e intitulada ATM Piece, quando o artista se prendeu à porta de um banco em Manhattan com uma linguiça italiana de mais de 2 metros, e vestindo somente botas e uma saia feita com notas de dólares – suas peças também incluem diálogos com a poesia falada, meditação, intervenção urbana, e mais.
-Finlândia está perto de não ter mais ninguém em situação de rua dando teto a quem precisa
O trabalho de Pope.L foi tema de uma grande retrospectiva realizada no MoMA, em Nova York, percorrendo seu trabalho desde 1978 até 2001 – apresentando uma obra apontada pelo museu como capaz de “levantar questões provocadoras sobre a cultura de consumo e os conflitos rociais, raciais e econômicos (…) escapando de definições fáceis”. Apresentando-se como um “pescador do absurdo social”, o trabalho do artista de 67 anos mistura teatro, performance, ações de rua, pintura, vídeo e escultura para apontar a ferida da desigualdade – entre a riqueza e o que ele define como “não-ter”, e examinando a divisão, a exploração, o racismo, a subserviência, a exaustão, as cruéis hierarquias sociais e profissionais e imensa a separação entre a pobreza e a riqueza como fonte do absurdo que ele torna em arte e denúncia com gestos tão simples quanto profundos, à altura do chão.
Momento da performance Tompkins Square Crawl, de 1991
Pope.L vestido de Super-homem em mais um rastejamento por Nova York
Em Thunderbird Immolation o artista se senta em frente a uma galeria comercial de luxo, jogando vinho barato sobre a cabeça com fósforos posicionados ao seu redor
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