Ciência

HPV: como o mais comum dos vírus sexualmente transmissíveis pode ser evitado  

23 • 02 • 2022 às 17:30 Vitor Paiva
Vitor Paiva   Redator Vitor Paiva é jornalista, escritor, pesquisador e músico. Nascido no Rio de Janeiro, é Doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Trabalhou em diversas publicações desde o início dos anos 2000, escrevendo especialmente sobre música, literatura, contracultura e história da arte.

A atual pandemia nos lembra da importância de nos protegermos contra o contágio e a transmissão de qualquer doença. Um compromisso não somente individual, mas essencialmente coletivo: proteger a nós mesmos é também proteger ao próximo. E se infelizmente a COVID-19 não é a única doença com a qual precisamos nos preocupar, a boa notícia é que sempre podemos aprender mais sobre medidas e protocolos de prevenção para evitá-las.

É esse o caso do HPV, a mais comum infecção sexualmente transmissível (IST) do mundo. Um vírus com diferentes subtipos e que afeta a maior parte da população sexualmente ativa​​5, mas que pode ser evitado com medidas tão simples quanto eficazes.2

A HPV é a mais comum infecção sexualmente transmissível que existe

A HPV é a mais comum infecção sexualmente transmissível que existe

Ainda que estejamos falando de uma doença altamente contagiosa, outra boa notícia a respeito do HPV é que, apesar de se estimar que ele afete 80% da população sexualmente ativa, na maioria das pessoas, essa infecção não provoca qualquer reação. Assim como no caso da COVID-19, porém, os âmbitos individual e coletivo estão sempre sobrepostos, e por isso é tão importante se cuidar: para evitar contaminar outras pessoas, já que a forma assintomática também é contagiosa.

Representação digital do papilomavirus humano

Representação digital do papilomavirus humano

A sigla HPV é uma abreviação em inglês para papilomavirus humano, responsável pela maior parte das infecções sexualmente transmissíveis, especialmente entre adolescentes e jovens adultos. Comumente encontrado na região genital de homens e mulheres, trata-se de um vírus DNA com mais de 200 variações conhecidas, transmitidas frequentemente através dos contatos sexuais, tanto anal, quanto oral e vaginal, mas não somente. O vírus pode ser transmitido durante o contato com a pele e mucosas de outras partes do corpo.

Sinais e sintomas

Existem dois tipos de infecção pelo HPV, as subclínicas que são mais comuns não provocam sinais visíveis a olho nu, o que não quer dizer que necessariamente tenham baixo risco,  a as chamadas infecções clínicas, que revelam sintomas e sinais, principalmente verrugas ou lesões na pele ou nas mucosas, em tamanhos e formas variadas.

Ainda que na maior parte dos casos tais sinais apareçam nas regiões genitais ou no ânus, elas podem, em casos mais raros, também surgir na boca, na garganta e em outras partes do corpo. 2

Microscopia electrónica do vírus do papiloma humano

Microscopia electrónica do vírus do papiloma humano

Vale lembrar que o desenvolvimento das doenças associadas, especialmente sem prevenção ou tratamento, pode levar a quadros mais graves e se tornar, por exemplo, um câncer. Estima-se que 70% dos casos de câncer de colo do útero sejam provocados pelo HPV, que também aumenta consideravelmente a incidência de câncer de pênis, vagina, e ânus. 6 7 8

Prevenção

Não existem medicamentos capazes de eliminar o vírus HPV do organismo, e na maioria dos casos, a infecção é assintomática e o HPV é eliminado espontaneamente pelo sistema imunológico. Porém, para evitar as situações mais graves, assim como a COVID-19, a prevenção se divide em educação sobre o tema, uso de protocolos e equipamentos de proteção, e adesão à vacinação.

O primeiro passo, portanto, para melhorar a proteção, principalmente entre jovens e adolescentes, é investir em educação: saber o que é o HPV, como se dá o contágio, quais são os sintomas recorrentes e o que se deve fazer em cada situação é o melhor passo inicial. Para tal, em qualquer caso, é fundamental acompanhamento médico, com visitas recorrentes e tratamentos corretos para situações eventuais. Essa educação vai necessariamente nos levar ao segundo ponto de prevenção: o uso adequado de preservativos.2

O uso dos preservativos é fundamental no combate a HPV

O uso dos preservativos é fundamental no combate ao HPV

Como a forma de contágio mais comum é através dos contatos sexuais, os preservativos externos ou internos são armas fundamentais para se evitar contrair e disseminar o vírus. Para todo contato sexual, seja entre partes genitais, entre mão e genitais ou boca e genitais, é fundamental usar preservativos de forma adequada, mesmo quando não ocorre penetração. Vale lembrar que, como o vírus também pode estar presente em outras áreas de pele ou mucosa, a proteção com preservativos não impede totalmente a possibilidade do contágio.2

A vacinação é capaz de induzir imunidade sem que uma pessoa fique de fato doente. Atualmente, 85 países já oferecem a vacinação regular contra o HPV,  incluindo o Brasil, e, por isso, a prevenção deve combinar métodos: educação, uso adequado de preservativos, visitas regulares ao médico e vacinação para combatermos um problema que nos afeta individualmente, mas que efetivamente atua de forma coletiva. 5

O HPV é, portanto, um problema que pode acontecer mas que também pode ser evitado, E como a educação é essencial no combate às fake news que agravam tais quadros, quem tiver dúvidas ou quiser saber mais sobre o tema, deve procurar especialistas e visitar a plataforma Pode Acontecer, especializada no assunto, com números, perguntas, fatos e fakes, tudo que você precisa para se manter informado(a).

Referências

1. Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde. Dicas. HPV. 2006. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/117hpv.html. Acessado em 08 de novembro de 2021.2

2. Ministério da Saúde. HPV: o que é, causas, sintomas, tratamento, diagnóstico e prevenção. Disponível em: http://antigo.saude.gov.br/saude-de-a-z/hpv. Acessado em 08 de novembro de 2021.

3. Ministério da Saúde. Saúde de A a Z. HPV. Disponível em: ​​https://antigo.saude.gov.br/saude-de-a-z/hpv. Acessado em 08 de novembro de 2021. 

4. Instituto Nacional do Câncer (INCA). Câncer do colo do útero. 2021. Disponível em: https://www.inca.gov.br/tipos -de-cancer/cancer-do-colo- do-utero. Acessado em 08 de novembro de 2021.

5. Instituto Nacional do Câncer (INCA). Perguntas frequentes. HPV. Os HPV são facilmente contraídos? Disponível em: https://www.inca.gov.br/perg untas-frequentes/os-hpv-sao-facilmente-contraidos. Acessado em 08 de novembro de 2021.

6. Instituto Nacional do Câncer (INCA). Câncer anal. 2021. Disponível em: https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-anal. Acessado em 08 de novembro de 2021.

7. Instituto Nacional do Câncer (INCA). Câncer de pênis. 2021. Disponível em: https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-penis. Acessado em 08 de novembro de 2021.

8.Pan American Health Organization (PAHO). Como se comunicar sobre a segurança das vacinas: Diretrizes para orientar os trabalhadores da saúde quanto à comunicação com pais, mães, cuidadores e pacientes. 2020. Disponível em: https://iris.paho.org/handle/10665.2/53181. Acessado em 08 de novembro de 2021.

Este material informativo não substitui a conversa com um médico, pois apenas esse profissional poderá orientá-lo(a) sobre a prevenção  de doenças e o uso adequado de medicamentos. Não tome nenhum medicamento sem ter recebido orientação médica. 

Copyright © 2021 Merck Sharp & Dohme Corp., uma subsidiária de Merck & Co., Inc., Kenilworth, NJ, EUA. Todos os direitos reservados. 

BR-HPV-00479 PRODUZIDO EM NOVEMBRO/2021

Publicidade

© fotos 1, 2, 4: Getty Images

© foto 3: Wikimedia Commons


Canais Especiais Hypeness