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Jovem que não lembra ter tido barriga aberta em praia usou droga 50 vezes mais forte que heroína

09 • 02 • 2022 às 14:15
Atualizada em 14 • 02 • 2022 às 10:53
Redação Hypeness
Redação Hypeness Acreditamos no poder da INSPIRAÇÃO. Uma boa fotografia, uma grande história, uma mega iniciativa ou mesmo uma pequena invenção. Todas elas podem transformar o seu jeito de enxergar o mundo.

No último dia 2, noticiamos aqui no Hypeness o caso do jovem de Guarapari (ES) que acordou com a barriga aberta e sem parte de seu intestino. O jovem estava em uma praia de acesso restrito após uma noite de uso de drogas com sua namorada.

O crime – que ocorreu no fim de semana do dia 16 de janeiro – ganhou grande repercussão por conta da crueldade e pelo mistério que envolve a história. Entretanto, o mistério ganhou um novo contorno com a revelação do prontuário da vítima à imprensa capixaba.

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O documento revela que o sangue da vítima possuía grandes quantidades de fentanil, um opiáceo sintético conhecido por seu alto poder de sedação. Utilizado como analgésico hospitalar, o fentanil é 100 vezes mais forte que a morfina e 50 vezes mais forte do que a heroína.

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Por se tratar de uma droga tão forte – uma quantidade ínfima pode causar um efeito extremamente intenso -, ela é considerada de risco e seu uso está frequentemente associado a overdoses. Até para utilização em hospitais, o fentanil é tratado com muito cuidado.

“Doses altas de fentanil têm de ser acompanhadas por um médico anestesista do ponto de vista de assistência respiratório. Precisa de um respirador mecânico para continuar ali e, se a dose for alta suficiente, ele pode ter uma bradicardia, que é diminuição do ritmo cardíaco, ele vai adormecendo e o corpo vai desligando, vamos assim dizer. Então, a pessoa vai desligando e pode ir a coma e também à morte por conta disso”, disse o perito da Polícia Federal André Bittencourt dos Santos ao G1.

Na semana passada, noticiamos que um lote de cocaína vendido em Buenos Aires foi adulterado com fentanil, o que causou a morte de 23 pessoas.

“[O fentanil] Pode gerar uma sedação, passa mesmo uma euforia seguida de relaxamento muscular intenso. Numa única dose, ela pode matar”, explica a psiquiatra Carolina Coser ao G1.

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Essa substância é a principal responsável pela epidemia de mortes causadas por opióides nos EUA. Por lá, mais de 100 mil pessoas morreram de overdose entre abril de 2020 e 2021 e a maioria delas foi causada pelo fentanil. Para efeito de comparação, se retirarmos o álcool e o cigarro dos óbitos por drogas no Brasil, o número não passa de 400 pessoas nos últimos registros.

O jovem segue internado em recuperação e, segundo o advogado das vítimas, elas seguem no aguardo do fim do inquérito da Polícia Civil.

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Fotos: Reprodução/Redes Sociais


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