Debate

Médico acorrenta e filma homem negro como escravo, fica com medo de repercussão e diz que foi ‘zoeira’

17 • 02 • 2022 às 17:17
Atualizada em 17 • 02 • 2022 às 18:07
Redação Hypeness
Redação Hypeness Acreditamos no poder da INSPIRAÇÃO. Uma boa fotografia, uma grande história, uma mega iniciativa ou mesmo uma pequena invenção. Todas elas podem transformar o seu jeito de enxergar o mundo.

O médico Márcio Antônio Souza Júnior está sendo investigado pela Polícia Civil de Goiás depois de postar um vídeo mostrando um de seus funcionários, um homem negro, amarrado com grilhões e correntes em um colégio rural. Em suas redes sociais, ele ainda falou que o homem estava na “senzala”.

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Trabalhador rural negro é amarrado com grilhões como escravo e é levado pra “senzala” em vídeo de médico branco nas redes sociais.

O vídeo acabou viralizando nas redes sociais e mostrou que, para muitas pessoas, o racismo ainda é motivo de chacota no Brasil e os 300 anos de escravidão que ainda chagam a população negra no nosso país não passam de piada.

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Confira o vídeo:

Posteriormente, o médico fez um vídeo criticando as pessoas que apontaram o racismo do vídeo. “E ai, camarão. O povo está enchendo o saco. O que você acha disso?”, diz o médico. O funcionário negro responde. “O povo tem é que trabalhar. A vida melhor que Deus deu para o homem foi trabalhar, moçada”. Por fim, o médico ironiza. “Aqui é tranquilidade, paz. Não tem nada de escravidão. Quem não queria uma vida dessa”, diz.

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Um inquérito foi aberto contra o médico Márcio Antônio Souza Júnior. O delegado Gustavo Cabral afirma que ele está sendo investigado pelo crime de racismo.

“Apesar da vítima informar que partiu dela essa iniciativa e que não deseja representar contra esse médico por eventual constrangimento ou injúria, nós observamos a possibilidade de estar caracterizando o crime previsto no artigo 20, da lei de crimes raciais, por ele, aparentemente, ter incitado e induzido à prática de racismo”, explicou ao G1.

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Fotos: Reprodução Redes Sociais


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