Sustentabilidade

Novo governo da Alemanha recruta chefona do Greenpeace para ser embaixadora do clima

15 • 02 • 2022 às 09:23
Atualizada em 17 • 02 • 2022 às 10:52
Vitor Paiva
Vitor Paiva   Redator Vitor Paiva é jornalista, escritor, pesquisador e músico. Nascido no Rio de Janeiro, é Doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Trabalhou em diversas publicações desde o início dos anos 2000, escrevendo especialmente sobre música, literatura, contracultura e história da arte.

O governo alemão anunciou no último dia 9 de fevereiro o nome de Jennifer Morgan, diretora-executiva do Greenpeace Internacional, para ocupar o novo cargo de Embaixadora do Clima do país, representando a política climática internacional da Alemanha, e atuando como “braço direito” de Annalena Baerbock, atual ministra das relações exteriores e líder do partido Aliança/Os Verde. O anuncio deixa ainda mais claro o posicionamento do governo do atual chanceler Olaf Scholz, que já determinou o desenvolvimento de energias renováveis e outras soluções sustentáveis como prioridades sobre a questão ambiental para os próximos anos.

A ativista ambiental e agora Embaixadora do Clima na Alemanha, Jennifer Morgan

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Ocupando desde 2016 a direção-executiva do Greenpeace, uma das maiores e mais importantes ONGs relacionadas ao meio-ambiente do mundo, a estadunidense Jennifer Morgan tornou-se uma ativista ecológica reconhecida internacionalmente, e será a primeira pessoa a ocupar o cargo no país, em uma administração que já conta com 5 ministros “verdes” em seus quadro. “A política climática internacional da Alemanha tem agora uma cara”, afirmou Baerbock, em coletiva de imprensa, reiterando que o atual governo irá colocar a luta contra a crise climática e a investimentos em alternativas sustentáveis “no topo da agenda”.

Jennifer Morgan

Morgan durante a coletiva que anunciou seu nome para o cargo no último dia 9 de fevereiro

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O gabinete de Scholz já estabeleceu como meta que ao menos 80% de toda energia consumida no país venha de fontes renováveis até 2030 e, na coletiva, Morgan deixou claro que somente aceitou “trocar” temporariamente o ativismo pela política institucional por compreender que o governo alemão atual “já não entende a política climática em isolamento, como um mero aspeto técnico e político”. A nova Embaixadora do Clima vive em Berlim desde 2003, e irá assumir o cargo como secretária de estado no dia 1º de março, após sua cidadania alemã ser oficializada, com a a expectativa de que seu trabalho como conselheira da Ministra das Relações Exteriores e enviada especial tenha, em suas palavras, “o maior dos impactos” sobre a questão ambiental internacional.

Jennifer Morgan

A ativista atuou como diretora-executiva do Greenpeace desde 2016

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Atuante como ativista ambiental desde os anos 1990, antes de assumir a direção do Greenpeace Morgan trabalhou como uma das lideranças da ONG World Wildlife Fund (WWF), entre outros institutos e grupos de ação pela causa ecológica. “Se olharmos para o futuro, se o mundo não mudar sua rota e as temperaturas continuarem a subir, veremos mais conflitos, mais refugiados e menos estabilidade”, ela afirmou, em entrevista recente. Celebrado por muitos, o anunciou foi criticado pela oposição, que acusou a atual administração de colocar uma “lobista ambiental” em um cargo público.

Morgan junto da Ministra das Relações exteriores, Annalena Baerbock, durante o anúncio

Morgan junto da Ministra das Relações exteriores, Annalena Baerbock, durante o anúncio

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© foto 1: Wikimedia Commons

© foto 2, 4: Getty Images

© foto 3: Flickr/CC


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