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Relacionamento aberto, amor livre, poliamor… Com certeza você já deve ter lido ou escutado algum desses termos, pelo menos na internet. Todos eles são modelos de relação não-monogâmica, pauta que, mesmo sendo cada vez mais discutida, ainda gera muitas dúvidas sobre como realmente funciona e é vista com estranhamento pela maioria das pessoas.
Pensando nisso, reunimos abaixo as principais informações sobre não-monogamia, uma forma de relação humana tão válida quanto qualquer outra.
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Não-monogamia, bigamia e poligamia são coisas diferentes.
Não-monogamia é considerado um termo guarda-chuva que define formas de relacionamento íntimo que se opõem à monogamia e questionam os impactos negativos que ela gera na sociedade. Isso quer dizer que uma relação não-monogâmica não se baseia na exclusividade afetiva ou sexual entre parceiros, que é o princípio básico da monogamia. Desse modo, as pessoas podem se conectar romântica e sexualmente ao mesmo tempo com várias pessoas diferentes.
Vale lembrar que a não-monogamia não é a mesma coisa que bigamia e poligamia. A primeira diz respeito à prática de se casar com uma pessoa enquanto ainda está legalmente casada com outra. Já a segunda se refere ao casamento, de acordo com a lei, entre mais de duas pessoas.
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Diferentemente do que se acha, a monogamia não é um instinto natural do ser humano.
Engana-se quem pensa que a monogamia se estabeleceu como tipo de relacionamento predominante por ser um instinto natural do ser humano. Diversos especialistas argumentam que ela se consolidou a partir de mudanças socioculturais e econômicas ao longo da história.
De acordo com a paleontologia, o modo de vida monogâmico surgiu juntamente com as primeiras sociedades sedentárias, em algum momento entre 100 e 200 séculos atrás. Durante esse período, as pessoas migraram de um sistema nômade para o de convivência em pequenas comunidades devido à revolução agrícola. Quanto maiores os grupos ficavam, a monogamia se tornou um fator de estabilização, já que era necessário garantir parcerias para sobreviver e viver bem.
No livro “A Origem da Família, da Sociedade Privada e do Estado”, o teórico marxista Friedrich Engels explica que a revolução agrícola permitiu que os homens tivessem mais terras e animais, acumulando riquezas. Assim, passar a herança para as próximas gerações da família desses homens se tornou essencial, o que deu origem à sociedade patriarcal em que vivemos até hoje.
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Como o patriarcado é um sistema que privilegia os homens no poder, as mulheres foram inseridas em uma forma de relacionamento que favorece sua submissão: a monogamia. É por isso que afirmam que relações monogâmicas podem funcionar como um mecanismo de controle e dominação do gênero feminino, além de ser classificada como uma estrutura de hierarquias e estar diretamente ligada à propriedade privada.
Apenas 3% dos mamíferos são monogâmicos, e os seres humanos não estão incluídos nesse número.
Outro ponto importante destacado por Engels é o fato da monogamia também ser uma forma dos homens terem certeza sobre a paternidade de seus filhos, aqueles que herdarão os bens da família no futuro. Um detentor de terras, por exemplo, para garantir que seus herdeiros fossem realmente legítimos, e não filhos de outro homem, precisava ser o único com quem sua mulher mantinha relações sexuais. É daí que vem o motivo pelo qual a monogamia passou a ser tratada como uma regra, uma cláusula a ser cumprida, uma obrigação, e não como uma escolha dentro do relacionamento.
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Pesquisadores na área da sexologia também afirmam que o modelo monogâmico só está presente instintivamente em 3% dos mamíferos — e os seres humanos não fazem parte desse número. De acordo com os estudiosos, a justificativa por trás de termos aderido a esse estilo de relacionamento é a escassez de alimentos: as pessoas procuram por um parceiro porque, em tese, esse é o modo de vida menos dispendioso para a sobrevivência da nossa espécie.
Uma relação não-monogâmica pode ser de diversos tipos. Cada um deles é diferente um do outro e é estabelecido por meio de acordos entre todas as partes envolvidas. Por isso, mensurar o nível de liberdade dentro desses relacionamentos cabe apenas àqueles que participam deles.
Existem diversos tipos de relacionamento não-monogâmico, como o poliamor e a anarquia relacional.
– Relacionamento aberto: Relação em que há exclusividade afetiva entre duas pessoas, mas também liberdade sexual para que ambas as partes possam se relacionar com terceiros.
– Amor livre: Relação em que tanto liberdade sexual, quanto liberdade afetiva entre os parceiros. Isso quer dizer que todas as partes podem se relacionar, geralmente sem a permissão da outra, da forma que quiserem com novas pessoas também.
– Poliamor: Relação em que três ou mais pessoas estão envolvidas sexual e romanticamente no mesmo nível. Pode ser “fechado”, quando se relacionam exclusivamente entre si, ou “aberto”, quando podem se envolver também com pessoas de fora do relacionamento.
– Anarquia relacional: Relação em que não há nenhum tipo de hierarquia entre as pessoas envolvidas afetivamente e todas elas podem se relacionar sexual e romanticamente com outras da forma que preferirem. Nesse tipo o modo com que as pessoas lidam com seus relacionamentos é completamente autônomo.
Dentro de qualquer relação, seja ela monogâmica ou não-monogâmica, o mais importante é o respeito e a confiança.
Não da mesma forma que acontece nos relacionamentos monogâmicos. Como para a não-monogamia a fidelidade não se conecta à ideia de exclusividade, o conceito de traição simplesmente não faz nenhum sentido. Apesar disso, quebras de confiança podem ocorrer.
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Em uma relação não-monogâmica existem acordos entre todas as partes envolvidas. Essas combinações devem respeitar os desejos e as vontades de cada um dos parceiros, para que fique claro o que é ou não permitido. O descumprimento de um desses acordos é o que pode ser entendido como “traição”.
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