Pré-formacionismo: teoria de que espermatozoides continham homens em miniatura já foi muito popular

A reprodução humana é ensinada nas escolas no mundo inteiro. Em pleno século XIX, a ciência já cansou de explicar processos de meiose e mitose e a formação de um novo embrião. Da união de um espermatozoide e um óvulo nasce um novo ser humano e fim de papo.

– Espermatozoides nadam de forma completamente diferente do que se pensava

Mas houve um tempo, por volta dos séculos XVII e XVIII, em que a concepção de uma nova criança era ensinada com base em uma teoria bem diferente: a do pré-formacionismo ou também conhecida como preformismo.

De acordo com essa hipótese, acreditava-se que o esperma continha miniaturas de seres humanos, chamados de homúnculos, que cresceriam e se transformariam no feto assim que fossem depositados no útero. Essa ideia veio como uma consequência da descoberta dos espermatozoides, em 1677, pelo cientista holandês Antonie van Leeuwenhoek, e pautada também por uma concepção filosófica estabelecida por Aristóteles séculos antes.

– Biólogo classifica ideia de ‘corrida dos espermas’ como paternalista e equivocada

Com o que se havia estudado até aquela época, parecia muito mais plausível acreditar que homens microscópicos estavam dentro de homens adultos. A teoria, além de completamente absurda do ponto de vista biológico, era também patriarcalista, pois se baseava no fato de que os filhos seriam apenas semelhantes aos seus pais.

Levou cerca de dois séculos até que os “espermistas” — como eram chamados os que acreditavam que os pequenos homens estavam dentro de homens adultos —, perceberam que as crianças, quando nasciam, também se pareciam com as mães. A partir daí, observou-se que a teoria dos “homens em miniatura” seria improvável.