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A morte do fotógrafo suíço René Robert no último dia 19 de janeiro, em Paris, trouxe uma triste e contundente reflexão sobre a indiferença dos tempos atuais e a forma como tratamos outras pessoas, em especial aquelas em situação de dificuldade ou de rua. Reconhecido em seu trabalho principalmente fotografando grandes estrelas do flamenco espanhol, Robert caminhava pela movimentada região da Place de la République, no centro da capital francesa, na noite do dia 18, quando sofreu uma queda.
O artista de 85 anos permaneceu cerca de nove horas desacordado na calçada, sem receber qualquer atenção ou ajuda, e somente na manhã do dia seguinte foi socorrido e levado para um hospital, mas o atendimento médico chegou tarde demais. Sua morte ressoou pela imprensa internacional como um símbolo da desumanização das relações atuais, principalmente nas grandes cidades.
O fotógrafo suíço René Robert, falecido no último dia 19 de janeiro, nas ruas de Paris
-Para acabar com mortes por frio, políticos franceses dormem com pessoas de situação de rua
Quem acionou os bombeiros, por volta das 6h30 da manhã do dia 19, para resgatar o fotógrafo foi uma pessoa em situação de rua que não quis ter seu nome revelado, mas que percebeu o grave estado do homem caído no chão. De acordo com a imprensa francesa, Robert sentiu-se mal e desmaiou por volta das 21h30 da noite anterior e, sem receber ajuda durante toda a gelada noite do inverno francês, veio a falecer por conta de uma “hipotermia grave” notificada em seu boletim médico.
Em resumo, Robert morreu de frio, mas principalmente de descaso, como morrem tantos, todos os dias, em todas as cidades do mundo. O fato de o fotógrafo ser um profissional reconhecido permitiu que sua morte não se tornasse somente mais um número igualmente frio em uma estatística, e ganhasse nome e rosto: anualmente, porém, mais de 500 pessoas morrem desabrigadas nas ruas de Paris.
O trabalho de Robert como fotógrafo criou alguns dos mais belos registros da dança flamenca
-Padre Júlio Lancellotti ganha Kombi em vaquinha virtual para seguir ajudando o próximo
O trágico incidente aconteceu em uma das regiões mais movimentadas de Paris, confirmando que a morte do fotografo poderia ter sido evitado com um simples gesto de atenção e altruísmo: tal noção oferece a dimensão do menosprezo com que costumeiramente as pessoas desabrigadas, em situação de rua ou simplesmente em condições de extrema pobreza são tratadas.
“Ele permaneceu sozinho, no chão, consciente, pelo menos durante cinco ou seis horas num dos bairros mais movimentados de Paris, sem que ninguém achasse conveniente intervir. Ele nunca deveria ter morrido”, escreveu o jornalista Michel Mompontet, amigo do fotógrafo. “Se esta morte pode ser usada para alguma coisa, é isto: quando uma pessoa está deitada na calçada, mesmo que estejamos com pressa, vamos verificar qual o seu estado. Vamos parar um pouco”, diz o texto.
O bailarino El Farruco fotografado por Robert
A emoção da cantora Aurora Vargas registrada pelas lentes do fotógrafo
-Finlândia está perto de não ter mais ninguém em situação de rua dando teto a quem precisa
René Robert nasceu na cidade de Friburgo, na Suíça, em 1936, e se apaixonou pela fotografia aos 14 anos. Em 1960, o jovem começou a frequentar o Le Catalan, espaço de apresentações de música e dança flamenca em Paris, e a paixão pela fotografia então ganhou foco e tema.
Ao longo das décadas, passaram pelas lentes de Robert gigantes do Flamenco, como Paco de Lucia, Camarón de la Isla, Chano Lobato, Fernanda de Utrera, Aurora Vargas, Tomatito, Antonio Gades, Cristina Hoyos, Sara Baras, Carmen Linares, Vicente Amigo e tantos mais. Autor de diversos livros retratando o tema, em 2021 Robert doou todo seu acervo de imagens para a Biblioteca Nacional Francesa, mas preparava mais uma obra, sobre 50 anos do Flamenco na França.
“Espero os momentos fortes, em que a expressão está no auge. É o lado extremo dos flamencos que me impressiona”, ele afirmou, em entrevista.
A elegância de René Robert fotografado por Prisca Briquet
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