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A temporada da National Football League (NFL) acabou com uma vitória do Los Angeles Rams sobre os Cincinatti Bengals, no Superbowl. O evento, que conta com a maior audiência da televisão dos EUA e tem repercussão mundial, sempre separa com uma atração artística no sempre aguardado show do intervalo, o chamado “Half-Time Show”. Neste ano, a apresentação foi comandada por Dr. Dre, Snoop Dogg, 50 Cent, Kendrick Lamar, Eminem e Mary J. Blige.
Show histórico com Big 6 na NFL não pode esconder racismo endêmico da elite do futebol americano
O supergrupo de rappers, alcunhado de Big 6, reuniu figuras da Costa Leste – como Blige e 50 – e da Costa Oeste – Dre, Snoop e Kendrick – e foi aclamado como uma homenagem a toda a história do hip-hop. Mas o que está por trás dessa apresentação?
Algo parecido ocorreu em 2020: Após não de Rihanna, Shakira e Jennifer Lopez no ‘Super Bowl’ vão contra preconceito da NFL
A NFL é a maior liga em arrecadação financeira e popularidade nos Estados Unidos. O futebol americano é o principal esporte do país e um bom exemplo de como o racismo opera na sociedade estadunidense. Um report da própria liga sobre o decênio 2011-2021 mostrou que a diversidade está em falta na administração do esporte da bola oval.
Cerca de 71% dos jogadores da NFL são pessoas não-brancas, categoria que inclui negros, asiáticos, latinos e outros imigrantes não-brancos.
Mike Tomlin, o único head coach negro da NFL atualmente, comanda o Pittsburg Steelers
Entretanto, quando se olham para os cargos de poder dentro do esporte, esses dados mudam de figura. Todos os donos dos times da NFL são brancos. Entre os postos de diretor técnico, apenas 3 dos 32 times tem pessoas não-brancas nessa posição: os Jets, os Steelers e o Washington.
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Entre 2012 e 2021, esse posto foi trocado 62 vezes e 82% dessas transações envolveram homens brancos, de acordo com o relatório. Além disso, pessoas negras têm uma grande dificuldade de ingressar em postos de comando inferiores ao diretor técnico, mesmo sendo a maioria nas 100 jardas.
O ano de 2016 foi importantíssimo para a compreensão dos dilemas que arrastam os EUA em uma crise econômica, social e política desde então.
Já nos meses finais de 2015, Donald Trump ganhava as manchetes por suas falas racistas e anti-imigração durante as primárias do partido Republicano. Ele encontraria apoio popular em uma “guerra cultural” contra teorias da conspiração que mesclam supremacia branca, anticomunismo e negacionismo científico.
Kaepernick ajoelhado em protesto em jogo dos 49ers
O racismo se acentuava nos EUA e demonstrações de violência contra pessoas negras escalavam ao redor do país. E Kaepernick, quarterback do San Franscisco 49ers à época, começou a protestar contra o racismo se ajoelhando durante o momento do hino nacional norte-americano em jogos do torneio.
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Kaepernick foi desligado do 49ers ao fim da temporada e, mesmo sendo destaque do time, não conseguiu nunca mais um contrato com alguma franquia da elite do futebol americano. O gesto não foi repetido por jogadores da NFL, que contratou Jay-Z para trabalhar na liga durante a polêmica.
O show do último Superbowl foi uma forma de tentar sinalizar um apaziguamento com a comunidade negra e retirar o estigma da NFL sobre a questão racial, trazendo grandes artistas pretos para o palco.
A NFL aconselhou que os artistas não se ajoelhassem e imitassem Kaerpernick para que evitem um fator que estimule a narrativa de guerra cultural nos EUA, de acordo com informações da Vulture.
Eminem homenageou gesto de jogador antirracista que foi boicotado pela liga
Eminem ignorou o fato e repetiu o gesto do quarterback e se ajoelhou no meio da apresentação, relembrando o jogador que foi boicotado pela NFL por lutar contra o racismo nos EUA.
Confira a homenagem de Eminem a Kaepernick:
The NFL reportedly told @Eminem he could not kneel tonight.
They seemed to have forgotten he does not give a f**k 💯🎤 @drdre #Eminem #SBLVI #SuperBowl #PepsiHalftime #HalfTimeShow pic.twitter.com/CbNEdjh7Rb
— Frank Young (@FY3TV) February 14, 2022
E veja outros vídeos da apresentação:
Esse momento aqui, meu parceiro, o adm que vos fala PERDEU TUDO!
Que fod@ foi esse #HalfTimeShow do #SuperBowl
O bagulho foi simplesmente inesquecível! 💥 pic.twitter.com/lFHxGOMPyh— PARQ (@curtaparq) February 14, 2022
quem é Kendrick Lamar?
pro cego? a visão
pro doente? a cura
pro dia? o solse ele acha, eu concordo
se ele fala, eu escuto
se ele erra, eu perdoo
se ele tem 100 fãs, eu sou um deles
se ele tem 0 fãs, eu não existo#SuperBowl #HalfTimeShow pic.twitter.com/4by6fPD0vY— Kolibli 🇮🇹 (@sitekolibli) February 14, 2022
E se a apresentação foi icônica, com shows incríveis e momentos marcantes, não podemos esquecer de todos os dados que apontam para a questão de raça que circunda a NFL.
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