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Hoje, cada canto do planeta é mapeado por satélites, capazes de nos guiar, através de computadores e aplicativos, aos mais remotos pontos, e percorrer grandes distâncias com precisão absoluta: até ontem historicamente, porém, era através do próprio conhecimento humano, da visão e da experiência sobre o mundo natural ao nosso redor, bem como de sistemas, medidores, mapeamentos e navegadores analógicos, que as jornadas eram guiadas. Se toda grande viagem do passado contava com tais sabedorias para alcançar seu destino, um povo em específico se valeu dos métodos para navegar como poucos: os polinésios alcançaram as mais de mil ilhas que formam a subregião da Oceania em canoas por milhares de quilômetros – e anos – através de técnicas passadas pela tradição oral.
Um dos modelos de canoa polinésia tradicional, no início do século passado
-Polinésia, última trincheira da colonização humana, tem formação populacional desvendada
Entre 3.000 a 1.000 anos antes da era comum, os navegadores polinésios já se espalhavam pelas ilhas e em toda região do sul da Ásia, mas registros ainda mais antigos apontam viagens de tais povos ocorridas 8.000 anos atrás. Os primeiros conhecimentos utilizados para traçar e realizar as viagens com sucesso dispensavam qualquer tipo de ferramenta, mapa ou instrumento, e se davam a partir da observação do sol e das estrelas, dos ventos, dos pássaros, das nuvens e das marés, sabedorias principalmente transmitidas no passado através de canções. Não é por acaso que viajantes europeus como James Cook costumavam ter navegadores polinésios em suas tripulações: o conhecimento ancestral sobre como se orientar nos mares era, e ainda é, parte essencial da cultura local.
Dois navegadores polinésios chegando em Honolulu, no Havaí
Modelo de canoa outrigger atual, sobre mares polinésios
-Como um dos mais graves naufrágios da história mudou a navegação e até a tecnologia
Além dos conhecimentos de observação e tradição oral, os polinésios também fabricavam os próprios instrumentos de navegação para auxiliar o processo – como o compasso estelar desenhado na areia e feito com cordas e conchas representando as constelações, mostrando um horizonte em 360 graus com a embarcação ao centro, e permitindo alinhar direções com o movimento das estrelas. Outra ferramenta importante de navegação eram os “gráficos de gravetos”, espécie de mapa físico construído em madeira, com pedaços de varas e gravetos desenhando as ondas e marés ao redor de determinadas ilhas. Tais mapas eram especialmente úteis em períodos nublados, em que o sol e as estrelas desapareciam, e representavam não tanto distâncias, mas sim tendências e relações marítimas.
Mau Piailug, mestre navegador polinésio, utilizando um compasso estelar nos anos 1980: ele é considerado o responsável pela sobrevivência de tais conhecimentos
Exemplo de gráfico de varetas indicando movimentos de marés na região
-Mapa mais antigo da Europa teria 4 mil anos e foi encontrado na França
Outro ponto fundamental da tecnologia de navegação polinésia, que não tinha tanto a ver com a orientação, mas sim com a própria estabilidade e duração da viagem, eram as canoas polinésias, também chamadas de Wa’a ou Outrigger, que possuem um segundo casco que serve de estabilizador, oferecendo velocidade e segurança. A colonização europeia quase fez desaparecer tais conhecimentos, mas hoje, com o crescente interesse pelas tradições e origens locais, as técnicas e sabedorias de navegação polinésia vêm sendo devidamente registradas e mesmo ensinadas às novas gerações, como forma de manter um conhecimento vivo e útil, mas também de celebrar e respeitar hoje os desbravadores do passado.
Outro gráfico de varas tradicional na navegação polinésia
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