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Em uma das decisões mais controversas de toda sua administração, o primeiro-ministro britânico Boris Johnson assinou, na semana passada, um plano para enviar a Ruanda todos os imigrantes que cruzarem o Canal da Mancha sem documentação de entrada para o Reino Unido.
A nova política é baseada em acordo de 120 milhões de libras, equivalentes a 738 milhões de reais, firmado com o governo do país africano para a “integração” de imigrantes, e rapidamente causou intensa reação da oposição, que acusou o governo Johnson de tratar os refugiados de forma racista, desumana e cruel – para a ministra do Interior do Gabinete paralelo da oposição trabalhista, Yvette Cooper, o plano é “impraticável, antiético e extorsivo”.
O atual primeiro-ministro britânico, Boris Johnson
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Segundo o primeiro-ministro, a política visa combater organizações criminosas que praticam tráfico humano, impedindo também que pessoas coloquem a própria vida em risco para realizar ilegalmente a travessia, mas especialistas enxergam a medida como um aceno extremo ao eleitorado conservador do país, que elegeu Johnson, e que costuma se opor às políticas de imigração.
“Esse problema atormenta nosso país há muito tempo e já causou muito sofrimento e tragédia”, afirmou o primeiro-ministro, em discurso realizado Kent, no sudeste da Inglaterra. “Este é o governo que se recusa a se esquivar das decisões difíceis”, concluiu. No ano passado, aproximadamente 28 mil entraram ilegalmente realizando a perigosa travessia.
Boris Johnson em encontro com Paul Kagame, presidente de Ruanda
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A política foi definida pelo Conselho de Refugiados do país como “cruel e degradante”, acusando a decisão de tratar os imigrantes como “não mais do que carga humana a ser enviada para outro lugar”.
Para a Anistia Internacional, a política anunciada por Johnson é “uma ideia chocantemente mal concebida” capaz de “causar sofrimento e desperdiçar enormes somas de dinheiro publico” – além do investimento em Ruanda, a medida terá um custo adicional mínimo de 50 milhões de libras, equivalente a cerca de 306 milhões de reais, para a contratação de novo pessoal e mais material, como helicópteros, drones e aeronaves pela Marinha britânica.
Segundo Tim Naor Hilton diretor geral da ONG Refugee Action, o plano é uma “maneira covarde, bárbara e desumana de tratar as pessoas que fogem da perseguição e da guerra”.
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Boris Johnson não determinou como nem quando a política será posta em prática, e admitiu que enfrentará obstáculos legais e políticos, bem como forte oposição e resistência para realizar o plano – que, segundo o primeiro-ministro, visa garantir o caminho da legalidade e segurança como único meio para se entrar no país.
“Aqueles que tentam pular a fila ou abusar de nossos sistemas não encontrarão um caminho automático para se instalar em nosso país, mas serão rápida e humanamente removidos para um terceiro país seguro ou para o seu país de origem”, afirmou, apontando Ruanda como um país que melhorou muito nos últimos anos.
Localizado a 7.000 quilômetros de distância na região central do continente africano, Ruanda tem o 160º pior índice de desenvolvimento humano do mundo, e é alvo de constantes críticas por violações de direitos humanos, mortes sob custódia e tortura.
Imigrantes cruzando o Canal da Mancha em um pequeno bote no ano passado
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