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O debate sobre cânhamo versus algodão é relativamente novo na indústria têxtil. Quando você considera os benefícios do algodão, pode pensar no material macio e absorvente que existe há gerações e é conhecido como o tecido mais presente em nossas vidas. Quanto ao cânhamo, planta pertencente à espécie Cannabis sativa L, você pode não saber dos benefícios do tecido inicialmente – mais uma desvantagem da falida e descriminatória guerra às drogas – mas essa planta tem inúmeras vantagens em relação à outras usadas hoje na indústria.
Os benefícios do cânhamo são vários. Tudo começa com sua resistência, mas chega até o ponto do toque, já que a planta produz um dos dos tecidos mais confortáveis do mundo. Não acaba aí: o cânhamo é também o tecido mais sustentável que se possa imaginar.
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Os impactos ambientais, sociais e econômicos do cânhamo no Brasil foram recentemente revelados no relatório da Kaya Mind, primeira empresa brasileira especializada em dados e inteligência de mercado no segmento da cannabis e de seus periféricos. Um dos pontos é que a produção têxtil das fibras do insumo tem 3 vezes a resistência à tração do algodão.
Caso fosse regulamentado no Brasil, o cultivo do cânhamo poderia ser uma opção mais sustentável para diversificar a base agrícola nacional e para a indústria têxtil. Segundo análise da Kaya Mind, a planta necessita de pouca água para seu cultivo — 1 kg de cânhamo utiliza de 2.900 litros de água, enquanto 1 kg de algodão, 10 mil litros — e quase não precisa de nenhum pesticida, fungicida ou herbicida para se desenvolver bem, já que resiste às pragas em um nível acima da média.
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Além disso, o cânhamo não requer uma grande área de cultivo, podendo cada planta crescer em uma distância de 10 a 15 cm uma da outra, além de render até três safras ao ano, por conta de seu ciclo de produção curto, que dura de 130 a 220 dias, dependendo de seu tipo, por exemplo.
Confira na tabela abaixo o comparativo entre a capacidade de produção do cânhamo com a do algodão:
De acordo com Maria Eugenia Riscala, cofundadora e CEO da Kaya Mind, diversas marcas famosas do mundo da moda usam tecidos feitos a partir das fibras do cânhamo, como é o caso da Ginger, marca da atriz Marina Ruy Barbosa, das camisetas da Osklen, Levi’s, entre outras.
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Fora isso, a executiva ainda aponta que a planta é considerada um material mais consciente para a indústria têxtil, além de apresentar propriedades anti-inflamáveis, biodegradáveis, regenerativas e não contribuir para a degradação do meio ambiente. Fato que evidencia isso é que um dos apoiadores da Kaya Mind é a Fashion Revolution, uma organização que possui um projeto justamente voltado para incentivar essa pegada mais sustentável da moda por meio da aplicação da fibra do cânhamo.
Por fim, por meio de uma estimativa de preços e quantidade de consumo de cada insumo proveniente do cânhamo, a Kaya Mind projetou que a partir de sua regulamentação no Brasil, o país poderia movimentar, no seu quarto ano de legalização, R$ 4,9 bilhões com a venda dos insumos da planta no país, enquanto a arrecadação tributária para o Estado seria de R$ 330,1 milhões no mesmo período.
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De acordo com um estudo recente do jornal PLOS One, o cânhamo industrial – uma variedade de cannabis com baixo teor de THC cultivada para usos não relacionados à medicina – é capaz de crescer em solo contaminado e tóxico e pode absorver alguns dos produtos químicos nocivos.
Através do processo de fitorremediação, as raízes da planta de cânhamo penetram profundamente no solo contaminado e absorvem substâncias químicas nocivas, bem como quaisquer nutrientes benéficos que possam permanecer. Os elementos poluentes são removidos do solo e armazenados na planta, geralmente nas folhas, caule ou caules.
Como o cânhamo atinge a maturidade em seis meses, alguns acreditam que os contaminantes do solo não têm tempo suficiente para afetar ou prejudicar a planta, deixando o cânhamo seguro para consumo humano, embora sejam necessárias mais pesquisas para determinar essas alegações.
Em 2001, uma equipe de pesquisadores alemães confirmou os resultados de Chernobyl, mostrando que o cânhamo era capaz de extrair chumbo, cádmio e níquel de um terreno contaminado com lodo de esgoto. No mesmo ano, centenas de agricultores em Puglia, Itália, começaram a testar a teoria, plantando cânhamo em um esforço de longo prazo para limpar campos desastrosamente poluídos por uma enorme siderúrgica.
Outra vantagem está no consumo. O cânhamo exige não só metade do espaço de terra para a produção de tecido têxtil em comparação com o algodão, este último também precisa de quatro vezes mais água e um período de crescimento muito mais longo.
Por sua rotação durável, toda a cultura do cânhamo pode ser aproveitada, pois o caule é usado como fibra, as folhas e flores podem ser usados de volta no solo como fertilizante. Isso ajuda a reabastecer a fertilidade do solo para ajudar a crescer a próxima rodada de colheitas de cânhamo. Ou seja, a planta enriquece o solo onde cresce, diferente do algodão que precisa de inúmeros pesticidas que danificam gravemente o solo plantado e arredores.
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