Mulheres pré-históricas eram caçadoras e artistas, além de mães, revela livro

O filme ‘Mil Séculos Antes de Cristo’ é conhecido por seus erros históricos graves. A trama de 1967 cria um universo onde humanos e dinossauros vivem simultaneamente. E onde mulheres do paleolítico usam sutiãs.

Esse é um dos filmes que ajudou a consolidar na opinião pública a ideia de que o patriarcado é uma coisa da natureza humana. A ideia de que nas sociedades pré-agricultura, homens caçavam e mulheres eram defendidas não tem base histórica.

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E isso é contado no livro ‘Lady Sapiens: the Woman in Prehistory’ , ou, em português ‘Mulheres sapiens: a Mulher na Pré-História’. Com o depoimento de diversas pesquisadoras e especialistas em história pré-escrita, o livro busca quebrar os estereótipos (sem sentido) sobre o papel feminino nas primeiras sociedades humanas.

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“Por muito tempo, a pré-história foi escrita do ponto de vista masculino. Quando as mulheres eram mencionadas, elas eram retratadas como criaturas indefesas e assustadas, protegidas por homens caçadores excessivamente poderosos”, escre Sophie de Beaune, professora de pré-história da a Université Jean-Moulin-Lyon III, no prefácia do livro.

“O leitor talvez se surpreenda ao descobrir que os papéis de homens e mulheres não eram tão claros, e que era a cooperação entre todos os membros do grupo, independentemente de sexo ou idade, que garantia sua sobrevivência”, escreve ela.

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Obras artísticas eram, em grande parte, produzidas pelas mulheres dentro das cavernas

Através de análises do corpo de múmias e fósseis do período paleolítico, além de outros tipos de tumbas, foram encontrados diversos objetos que mostravam o papel das mulheres dentro da história pré-escrita.

Braços fortes, armas de caça, instrumentos artísticos e objetos de troca foram registrados em diversos registros arqueológicos do nosso passado. E nada de “homem das cavernas puxando mulher pelo cabelo”, não.

“A mulher era capaz de caçar. A mulher tinha um papel econômico muito importante. Ela podia fazer arte, enfim. Além disso, o vínculo entre homens e mulheres podia ser muito respeitoso e cheio de ternura”, explica Sophie de Beaune.