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A repórter Laura Trevelyan, da BBC News, confrontou-se em 2013 com uma dura realidade sobre a história de sua família: ela descobriu que, entre os séculos XVIII e XIX, seus antepassados enriqueceram explorando o tráfico e o trabalho de pessoas escravizadas.
A confirmação surgiu quando vieram a público os registros e documentos da Comissão da Escravatura do Reino Unido, revelando os nomes dos 46 mil senhores de escravos que receberam indenizações do governo britânico quando o país aboliu a escravidão, em 1833: em meio aos registros, constava o nome de sua família.
Laura Trevelyan, reporter da BBC News, explorou a própria história de família na reportagem
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A jornalista dividiu seu processo de encontro com o passado sombrio de sua família em reportagem da BBC, para a qual Laura viajou até a ilha de Granada, no Caribe, onde se localizam as fazendas de cana-de-açúcar nas quais seus antepassados exploravam o trabalho de pessoas escravizadas.
Segundo a reportagem, a família Trevelyan recebeu à época, pela perda de sua propriedade na ilha, indenização de 34 mil libras, equivalentes a cerca de 3 milhões de libras atuais – ou 18,9 milhões de reais.
Vista aérea de Saint George’s, capital de Granada
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O absurdo pagamento de indenizações aos senhores de escravos e não às pessoas escravizadas custou aos cofres britânicos cerca de 20 milhões de libras, equivalentes a 1,7 bilhão de libras ou 10,7 bilhões de reais atuais – equivalentes a 40% de todo o orçamento do governo do Reino Unido no período.
Segundo seu relato, Laura partiu na investigação de sua ancestralidade principalmente após o assassinato de George Floyd pela polícia dos EUA, e os intensos debates que o brutal crime racista incitou em todo o mundo.
Registro do porto de Saint George’s em 1776
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Na viagem, a jornalista não somente visitou a fazenda que era de sua família, como encontrou uma pessoa descendente direta de trabalhadores que foram escravizados no local – além de pesquisar registros, documentos, e até mesmo instrumentos de prisão e tortura utilizados contra as pessoas em Granada.
Os imensos e pesados impactos negativos do sistema escravocrata sobre o país também são apontados na matéria – afetando desde a educação e a riqueza do país, até a saúde e a alimentação das populações da ilha hoje em dia.
Sir John Trevelyan ao lado de sua esposa Louisa Simon – a família tinha mil escravos em Granada
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Dessa forma, naturalmente o assunto de possíveis compensações por parte das famílias e das nações para os países e as populações exploradas, sequestradas e escravizadas também é debatido no relato – que aponta até mesmo para a responsabilidade da família real britânica no processo.
O texto lembra que a Inglaterra jamais pediu perdão oficial, nem ressarciu nações ou famílias afetadas pelo sistema escravocrata.
Granada foi um dos grandes produtores de cana de açúcar – com trabalho escravo – no período
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“É importante reconhecer que foi cometido um crime”, afirma Nicole Phillip-Dowe, da Universidade das Índias Ocidentais, entrevistada na matéria. “E, depois do pedido de desculpas, é simplesmente razoável que as potências coloniais que construíram sua revolução industrial com base na escravidão devolvam algo ao Caribe”, conclui, reiterando paradigma que também serve para o Brasil e as tantas famílias afetadas pelo sistema escravocrata por aqui.
A reportagem “’Entendi privilégio branco ao descobrir passado de minha família durante escravidão’”, assinada por Laura Trevelya para a BBC News, pode ser lida aqui.
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