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O Brasil chora nesta semana a marca de 33 milhões de pessoas passando fome todos os dias no país. Sob o comando do governo de Jair Bolsonaro, o Brasil regrediu ao patamar de 30 anos atrás, marcando o retorno ao Mapa da Fome. Nada para nos orgulharmos.
Depois de acompanharmos pessoas na fila para comprar ossos no Rio de Janeiro, de vermos carrinhos de supermercados com poucos itens básicos como arroz, feijão e óleo sairem a R$ 100, ou mesmo do surreal preço da gasolina atualmente, podemos entender que os mais pobres foram diretamente afetados.
33 milhões de pessoas estão passando fome no Brasil atualmente, aponta levantamento
A insegurança alimentar é hoje a realidade de 58,7% da população nacional. Para ficar mais claro, 6 em cada 10 famílias não têm comida garantida todos os dias, o que soma mais de 125 milhões de brasileiros. Entre eles, 33 milhões passam fome.
Em 2014, o Brasil foi classificado como fora do Mapa da Fome. Mas os dados do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil (II VIGISAN), realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN), nos mostrou a triste realidade atual.
–Brasil tem recorde de 42 novos bilionários no mesmo 2021 de alta histórica da miséria
Protesto em São Paulo contra os altos preços de alimentos, produtos e gasolina
No inquérito lançado em 2021, esse número era de 19,1 milhões. Mas, para a ActionAid, uma das organizações apoiadoras do estudo, são três as causas principais que explicam em grande medida as proporções gigantescas da fome no país e o quanto se acelerou esse quadro em tão curto espaço de tempo: empobrecimento somado à inflação; desmonte de políticas públicas; e enfraquecimento da agricultura familiar.
“O desemprego, a precarização do trabalho, a instabilidade das atividades informais, o endividamento de famílias pobres e a forte queda da renda estão por trás da incapacidade de acesso aos alimentos atestada pela pesquisa. Mas, junto a estes determinantes, somou-se a inflação e, mais ainda, a inflação dos alimentos, valendo lembrar o peso da alimentação no orçamento das famílias de menor renda”, explica o economista Francisco Menezes, analista de Políticas da ActionAid no Brasil.
—Leia também: Economias do Futuro | parte #2 | Comer é um ato político
O desmonte de políticas públicas também contribuiu para esse cenário, em meio ao empobrecimento da população. “Este processo, que começa a ocorrer em 2016 e se intensifica a partir de 2019, destruiu todo um sistema de proteção social que vinha sendo estabelecido. E se deu através de cortes orçamentários drásticos ou pela extinção ou alterações profundas em programas vinculados a estas políticas”, aponta Menezes.
Em 2021, o programa Bolsa Família foi primeiro enfraquecido e depois substituído pelo Auxílio Brasil, enquanto o Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA) foi esvaziado em seu orçamento e substituído pelo Alimenta Brasil. Já anunciado aqui em 2019, o premiado Programa de Cisternas foi simplesmente extinto, junto com o Bolsa Verde, e o Programa Nacional da Alimentação Escolar (PNAE) foi deixado à deriva durante a pandemia.
Em 2019 começamos mal o primeiro dia de governo com a extinção do controle social exercido pelo Conselho Nacional de Segurança Alimentar (CONSEA), que permitia a participação da sociedade na elaboração de políticas públicas contra a fome.
A terceira causa está ligada a atual condição vivida pela agricultura familiar e camponesa, incluído povos e comunidades que produzem para seu próprio consumo, que foram diretamente afetados pelo desmonte das políticas públicas. Os efeitos gerados pelo desmatamento e queimadas incentivados pela atual gestão, que atingem diretamente a Amazônia e o Cerrado, indiretamente atingiram o restante do país, pelas mudanças que provocam no clima.
“A solução do problema não é a gente, não é a sociedade civil que vai dar. A gente está aqui apagando um incêndio. A gente está aqui como bombeiros de um problema que infelizmente o governo não está solucionando”, afirma Rodrigo Kiko Afonso, diretor-executivo da Ação da Cidadania, em entrevista ao Jornal Nacional.
—Projetos levam alimento e amor a comunidades e pessoas em situação de rua
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