Ciência

Como ser solteiro aumenta o risco de morte, segundo este estudo

02 • 06 • 2022 às 09:47 Vitor Paiva
Vitor Paiva   Redator Vitor Paiva é jornalista, escritor, pesquisador e músico. Nascido no Rio de Janeiro, é Doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Trabalhou em diversas publicações desde o início dos anos 2000, escrevendo especialmente sobre música, literatura, contracultura e história da arte.

Ser solteiro pode causar problemas de saúde e aumentar o risco de morte. É essa a inusitada conclusão de um estudo recente, realizada por cientistas do Hospital Universitário de Würzburg, na Alemanha: de acordo com a pesquisa, a comparação entre pessoas casadas e solteiras com insuficiência cardíaca mostrou que o segundo grupo, dos que não estão em um casamento ou relacionamento, corre maior risco, já que o apoio social no tratamento, entre outros pontos, é fator determinante para a saúde.

Os solteiros com problema cardíaco foram apontados como o grupo mais vulnerável em pesquisa

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O estudo foi realizado com 1.022 pacientes internados por insuficiência cardíaca entre 2004 e 2007. Dentre os participantes, 1.008 forneceram informações sobre o estado civil, dos quais 633 (63%) eram casados e 375 (37%) eram solteiros –195 participantes eram viúvos, 96 nunca foram casados e 84 estavam separados ou divorciados. Ao longo dos dez anos em que os pacientes foram acompanhados, 679 pessoas, ou 67% dos participantes, morreram: solteiros e principalmente viúvos apresentaram maior risco de morte, em comparação com grupo de casados.

Apoio social e ajuda para manutenção dos cuidados com a saúde foram alguns dos fatores

Apoio social e ajuda para manutenção dos cuidados com a saúde são alguns dos fatores

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“A conexão entre casamento e longevidade indica a importância da sociedade”, afirmou Fabian Kerwagen, autor do estudo e pesquisador do Centro de Insuficiência Cardíaca Abrangente do Hospital Universitário de Würzburg, Alemanha. “O apoio social ajuda as pessoas a lidar com as condições de longo prazo. Os cônjuges podem ajudar na adesão aos medicamentos, incentivar e ajudar no desenvolvimento de comportamentos mais saudáveis, o que pode afetar a longevidade”, explicou Kerwagen em comunicado.

Dr. Fabian Kerwagen, autor do estudo, do Hospital Universitário de Würzburg,

Dr. Fabian Kerwagen, autor do estudo, do Hospital Universitário de Würzburg,

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Dificuldades em gerenciar as eventuais complicações e necessidades da insuficiência cardíaca sem apoios diretos, e na percepção do paciente para prevenir sintomas da doença foram fatores determinantes apresentados pela pesquisa para justificar a conclusão. “Estamos explorando se esses fatores também podem explicar parcialmente a ligação com a sobrevivência”, concluiu o pesquisador. O estudo não apresentou diferenças consideráveis entre o humor ou a qualidade de vida geral entre casados e solteiros.

A percepção de eventuais sintomas também é um dos pontos levantados pelo estudo

A não percepção de eventuais sintomas também é um dos pontos levantados pelo estudo

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© fotos 1, 2, 4: Getty Images

© foto 3: Hospital Universitário de Würzburg/reprodução


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