Diversidade

Maioria dos brasileiros se diz a favor das cotas raciais e porque isso é importante

15 • 06 • 2022 às 14:26
Atualizada em 20 • 06 • 2022 às 10:05
Redação Hypeness
Redação Hypeness Acreditamos no poder da INSPIRAÇÃO. Uma boa fotografia, uma grande história, uma mega iniciativa ou mesmo uma pequena invenção. Todas elas podem transformar o seu jeito de enxergar o mundo.

Novos resultados da pesquisa Datafolha, divulgados pelo jornal Folha de São Paulo, mostram que metade da população brasileira se declara a favor das cotas raciais nas universidades públicas. Realizado em março, o levantamento aborda várias agendas educacionais e ouviu 2.090 pessoas a partir de 16 anos em 130 municípios, com margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

O levantamento foi feito em parceria com o Cesop-Unicamp sob a coordenação da Ação Educativa e do Cenpec — organizações sociais sem fins lucrativos que atuam na educação pública e são a favor das cotas raciais nas universidades públicas. Os resultados demonstram que, quanto mais jovem, escolarizada e de maior renda a pessoa entrevistada era, maior era o apoio às cotas raciais nas universidades. 

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Entre os entrevistados, 34% foram contrários à ação afirmativa, 3% se mostraram indiferentes e 12% disseram não saber responder. A maior porcentagem de apoio, de 60%, é entre as pessoas com filhos em escolas particulares, enquanto aqueles com filhos em escolas públicas, 11% desse grupo, respondem não saber opinar sobre a questão.

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Reparação histórica: 

No Brasil, a lei de cotas prevê a destinação de 50% das vagas em universidades e institutos federais para pessoas que estudaram em escola pública ou pretos, pardos e indígenas de acordo com a proporção da população de cada estado, também abrangendo a população mais pobre, uma vez que metade do percentual é voltado à população com renda familiar de até 1,5 salário mínimo per capita.

Com histórico de rejeição às cotas, a USP (Universidade São Paulo), decidiu adotar a medida somente em 2018. Desde então, não houve diferença de notas entre cotistas e não cotistas, de acordo com diversas pesquisas. Pauta constante do movimento negro brasileiro, essa medida é uma busca por reparação histórica a negação do governo brasileiro a oferecer acesso a educação de qualidade a não-brancos brasileiros desde o período colonial no país – algo que, um século depois da abolição, continua afetando gerações de famílias. 

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