Debate

Presidente de Caixa acusado de assédio sexual e o modus operandi de um governo de homens

29 • 06 • 2022 às 16:03
Atualizada em 29 • 06 • 2022 às 17:09
Redação Hypeness
Redação Hypeness Acreditamos no poder da INSPIRAÇÃO. Uma boa fotografia, uma grande história, uma mega iniciativa ou mesmo uma pequena invenção. Todas elas podem transformar o seu jeito de enxergar o mundo.

Uma reportagem do site Metrópoles revelou que diversas mulheres acusam o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, de assédio sexual.

Entre os relatos ouvidos pelo veículo, mulheres relatam que o aliado de Jair Bolsonaro passou a mão em partes íntimas das vítimas, além de outras atitudes para constranger subordinadas mulheres.

Chefe da Caixa Econômica Federal é acusado de convidar funcionárias para momentos íntimos. Há relatos de importunação sexual e comportamento abusivo.

Segundo os depoimentos, Pedro Guimarães aproveitava de viagens do programa ‘Caixa Mais Brasil’ para praticar importunação sexual contra suas funcionárias.

Cinco mulheres deram depoimentos que mostram comportamento absurdos por parte de Pedro Guimarães. Durante uma estadia na praia, Pedro exigiu que uma funcionária o abraçasse.

‘Ele passou a mão em mim’

“Teve uma hora em que ele chegou e perguntou: ‘Você confia em mim? Confia na minha gestão? Você está comigo agora. Vem cá, me abraça”. Ela obedeceu.

“Ele disse: me abraça direito, porra. E deu umas catracadas, e passou a mão em mim. Na hora de tirar a mão, passou a mão no meu peito. Eu estava com a roupa molhada. Ele chegou perto, disse que gostava muito de mim, perguntou se eu estava feliz e passou a mão na minha bunda”, disse uma vítima em anonimato.

– A misoginia como método: mídia, justiça e medicina na cruzada contra os direitos das mulheres

Outra pessoa afirmou que foi vítima de assédio. “Ele passou a mão em mim. Foi um absurdo. Ele apertou minha bunda. Literalmente isso. Nunca precisei disso na minha vida para ganhar cargo. Prefiro até não ter cargo, mas nunca precisei disso”, contou a vítima chorando ao Metrópoles.

Próximo de Jair Bolsonaro 

Pedro Guimarães é um dos membros do governo mais próximos do presidente Jair Bolsonaro. Ele tem carreira dentro de bancos privados e assumiu a direção da CEF desde o início do governo. Sua figura acabou ganhando notoriedade pública por conta do Auxílio Emergencial, dado durante a pandemia e organizado através do banco público. Ele estudava lançar uma candidatura para cargos legislativos, mas abandonou a ideia.

Nesta quarta-feira, bancárias sindicalizadas fizeram uma manifestação em frente à sede da Caixa Econômica Federal, em Brasília.

Em nota, a Caixa Econômica Federal afirma que ” não tem conhecimento das denúncias apresentadas pelo veículo”. A empresa alega que não

Governo de homens

Quando anunciou a primeira formação do gabinete de ministros, lá em 2019, o Presidente Jair Bolsonaro montou uma equipe com 25 homens e duas mulheres (Thereza Cristina e Damares Alves).

Governo Bolsonaro é pautado na misoginia, da sua ideologia até a composição ministerial

A ausência de mulheres e de homens negros são um indicativo do padrão do governo federal. A atual gestão faz um governo de homens para homens.

O próprio Jair Bolsonaro já foi condenado a indenizar, por exemplo, a jornalista Patrícia Campos Mello, por dizer que a jornalista – que denunciou o escândalo das fake news, em 2019 – “queria dar o furo a qualquer preço”.

O presidente também teve de indenizar a parlamentar Maria do Rosário (PT), por afirmar que ela não merecia ser ‘estuprada’ por ser ‘muito feia’. Na semana passada, Bolsonaro condenou uma criança de 11 anos por abortar uma criança fruto de um estupro.

A misoginia é o modus operandi do governo federal, que se pautou no espantalho da “guerra cultural” para espalhar sua política fascista.

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Fotos: Alan Santos/Presidência da República


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