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Sokushinbutsu: o doloroso processo de mumificação em vida de monges budistas

01 • 06 • 2022 às 10:22
Atualizada em 03 • 06 • 2022 às 09:35
Redação Hypeness
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Você já ouviu falar na prática Sokushinbutsu? Esse é um termo do budismo japonês que descreve a prática de alguns monges que se mumificam através de um jejum extremamente longo e doloroso. A prática é considerada uma das mais extremas entre os ascetas budistas.

Foram poucos os monges que realizaram a prática. Estima-se que até hoje, menos de 30 ascetas realizaram tal feito e há apenas um corpo conhecido que chegou a essa forma. O sokushinbutsu é uma morte auto-induzida para fins religiosos.

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Ela serve como prova de resistência e é originado em uma prática de “tantra secreto” de acordo com relatos que circundam Kūkai, o Kōbō Daishi. Ele foi um dos principais monges da história do budismo japonês, fundador da escola Shingon. De acordo com documentos históricos, o asceta faleceu em 835 depois de cristo após um jejum auto-induzido.

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De acordo com crentes, ele ainda está vivo e segue habitando o Monte Koya, e deve voltar com a chegada de Maitreya, o buda do futuro.

Há apenas uma múmia viva de monges que confirmadamente praticaram o sokushinbutsu. Acredita-se que seja o de Shangha Tezin, um asceta do Tibet que se mudou para a região do Himalaia para encontrar a iluminação. O corpo mumificado do monge está localizado na aldeia de Gue, Spiti, Himachal Pradesh, na Índia.

O corpo de Shangha foi descoberto por trabalhadores que construíam uma estrada. As autoridades investigaram o corpo, e foi constatado que ele não passou por nenhum processo de mumificação química e o estado de preservação do defunto indicavam que se tratava de um sokushinbutsu.

Confira a imagem de Shangha Tenzin:

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Fotos: © Getty Images


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