Inovação

Robô em forma de peixe é criado para coletar microplásticos da água

06 • 07 • 2022 às 09:50 Vitor Paiva
Vitor Paiva   Redator Vitor Paiva é jornalista, escritor, pesquisador e músico. Nascido no Rio de Janeiro, é Doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Trabalhou em diversas publicações desde o início dos anos 2000, escrevendo especialmente sobre música, literatura, contracultura e história da arte.

Pesquisadores da Sociedade Americana de Química desenvolveram um micro robô semelhante a um minúsculo peixe capaz de coletar microplásticos das águas dos mares. Ativado pela luz, veloz, flexível e com capacidade de se embrenhar e limpar locais de difícil acesso, o instrumento foi desenvolvido justamente para buscar facilitar a complexidade do processo de retirada de poluentes tão pequenos e tão presentes atualmente por todo o oceano.

Os microplástico estão presentes em diversos cosméticos, produtos de higiene, de beleza e de limpeza

Os microplástico estão presentes em diversos cosméticos, produtos de higiene e de limpeza

-Microplásticos são detectados no sangue humano pela primeira vez e podem se alojar em órgãos

O peixe-robô é um autômato de apenas 13 milímetros de comprimento, feito em material macio e elástico, com capacidade de carregar até 5 kg de material coletado. “É de grande importância desenvolver um robô para coletar e amostrar com precisão micro plásticos poluentes do ambiente aquático”, disse Yuyan Wang, pesquisadora do Instituto de Pesquisa de Polímeros da Universidade de Sichuan e uma dos autoras do estudo, publicado na revista Nano Letters, ligada à Sociedade.

-Nova solução para limpar oceanos filtra microplásticos usando ondas acústicas

De acordo com o estudo, o peixe é feito a partir de nanotecnologia, com material capaz de atrair elementos como corantes, metais pesados, antibióticos e outros conteúdos que formam os microplasticosm através de ligações químicas e interações eletroestáticas. Segundo a pesquisadora, apesar de ainda se tratar de um protótipo em fase de testes, esse é o primeiro exemplo de robô macio desenvolvido com a finalidade de limpar dos mares um dos poluentes de mais difícil coleta.

O material dos peixes atrais os elementos que formam os microplásticos presentes nos mares

O material dos robôs macios atrais os elementos que formam os microplásticos presentes nos mares

-Hoje com 90 anos, este pescador recolhe plástico dos oceanos há mais de duas décadas

Entre as melhorias previstas para novos modelos da novidade está a capacidade de “faxinar” partes mais profundas dos oceanos. O material é resistente a torções e capaz de se autorregenerar: os robôs batem suas “nadadeiras” a quase 30 mm por segundo, através de um sistema de laser em sua cauda. “Acho que a nanotecnologia é uma grande promessa para adsorção de traços, coleta e detecção de poluentes, melhorando a eficiência da intervenção e reduzindo os custos operacionais”, diz Wang. O estudo pode ser lido em inglês aqui.

Os microplásticos já são encontrados dentro de peixes que vivem nas profundezas dos mares

Os microplásticos já são encontrados dentro de peixes que vivem nas profundezas dos mares

Publicidade

© foto 1: Getty Images

© foto 2: Nano Letters/reprodução

© foto 3: Chesapeake Bay Program/Flickr/CC


Canais Especiais Hypeness