Advogada é alvo de machismo de desembargador que reclamou do choro de sua filha

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A advogada Malu Borges Nunes foi vítima de machismo durante uma sessão judicial no Tribunal de Justiça do Amazonas.

Um desembargador pediu para que a catarinense fizesse com que sua filha parasse de chorar durante a sessão. A advogada estava com a criança no colo durante a sessão.

Desembargador pediu para que advogada silenciasse a sua filha durante audiência

A reclamação do magistrado Elci Simões repercutiram negativamente nas redes sociais. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) se manifestou contra o “constrangimento”  enfrentado por Malu durante o processo.

Em nota, Elci alegou que pediu educadamente por “silêncio” durante a sessão. Além disso, foram levantadas questões “éticas” sobre o comportamento da advogada por participar de uma ação com seu filho no colo.

“Eu me senti primeiro ofendida como mulher, como mãe, como advogada também. Ele [desembargador] questionou a minha ética profissional em relação a eu estar, não sei, com ela no colo, ou amamentando, ou de estar no home office e ela estar perto de mim. Eu fiquei muito mal, chorei bastante depois. Eu me viro aqui nos 30 para dar conta de tudo que eu tenho que fazer. Dar conta de bebê, casa, trabalho”, disse Malu ao “Bom Dia Brasil”, da TV Globo.

Confira o vídeo com o comentário machista do desembargador:

Desembargador do Tribunal de Justiça do Amazonas repreende advogada com bebê no colo durante a sessão.

“É preciso ver a ética da advogada”, disse Elci Simões, presidente da 2ª Câmara Cível, após breve choro da criança. pic.twitter.com/W72RIPWCe0

— Metrópoles (@Metropoles) August 22, 2022

“Minha ética poderia ser questionada somente se eu deixasse de cumprir prazos e realizar atos, o que não é o caso. Não sou antiética por trabalhar em home office com a minha filha no colo. O triste episódio ocorrido no TJAM – não somente quanto a fala do Desembargador Elci, mas também quanto a falta de respeito a minha preferência legal (lactante) – infelizmente somente comprova, mais uma vez, o machismo estrutural da nossa sociedade”, completou através de nota.

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A OAB e a Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas (ABRACRIM) também se manifestaram em solidariedade à advogada e condenaram