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As obras para construção da nova estação de metrô 14 Bis, no bairro do Bixiga, em São Paulo, encontraram vestígios do sítio arqueológico do Quilombo do Saracura, estabelecido na região por volta de 1889.
O acompanhamento da obra foi realizado pela empresa A Lasca Arqueologia, que enviou relatório ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) listando 316 itens descobertos no local.
Entre os itens encontrados estavam peças e partes de cerâmica provavelmente do Quilombo
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O sítio arqueológico foi encontrado a cerca de 3 metros de profundidade, e sua descoberta trouxe a necessidade do grupo Acciona, responsável pela construção da nova estação da Linha 6-Laranja do Metrô de São Paulo, elaborar um projeto de resgate do material.
Entre os artefatos históricos foram descobertos cerâmicas, louças, garrafas, vidros, moedas e solas de sapato: a nova estação pretende ligar o bairro de Vila Brasilândia, na Zona Norte, à Estação São Joaquim, da Linha 1-Azul.
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O sítio arqueológico foi descoberto na região onde passava o córrego Saracura, rio que acabou aterrado e canalizado. “Convém pontuar que, antes do aterramento, o local era o Quilombo Saracura, um dos maiores e mais antigos quilombos da cidade de São Paulo e a partir do qual se originou o bairro do Bixiga.
Trata-se, portanto, de significativo local de memória para a história da cidade e para a comunidade originária dessa ocupação”, afirmou a Lasca Arqueologia, em nota.
A região do Vale do Saracura, onde fica a atual Praça 14 Bis, a cerca do ano de 1900
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A descoberta pode ajudar a iluminar uma parte pouco contada da história da região: apesar da origem do bairro do Bixiga ser associada à imigração italiana, houve uma forte presença negra em sua fundação.
De acordo com artigo assinado pela professora Raquel Rolink, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, o Quilombo Saracura foi “uma das maiorias aglomerações urbanas de resistência do povo negro e que ocupou a região por volta do século XIX”.
Os achados recentes incentivaram o surgimento de um movimento pela preservação da história do quilombo, e pela disseminação da origem negra do bairro: a Mobilização Saracacura Vai-Vai defende a construção do Metrô, mas sem a destruição do Patrimônio Histórico.
“A permanência do sítio arqueológico no seio de sua comunidade é fundamental para que o processo educativo seja efetivo”, diz o texto do manifesto.
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De acordo com o texto, a manutenção dos achados no exato lugar da descoberta deve se inspirar no que foi realizado no Cais do Valongo, no Rio de Janeiro, redescoberto durante obras na zona portuária da cidade, em 2011.
O manifesto também pede a mudança do nome da futura estação para Saracura/Vai-Vai, em homenagem ao Quilombo e à tradicional escola de samba da cidade, que teve sua sede deslocada por conta da obra do metrô.
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“A praça em frente à futura estação já homenageia a genialidade de Santos Dumont e seu 14 Bis. Já a origem negra e rebelde do bairro, que recebeu de braços abertos a componente populacional italiana, vive um processo reiterado de tentativas de apagamento”, diz o texto, que pode ser lido aqui.
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