Curiosidades: Funeral de Elizabeth II terá quebra de bastões e anúncio às abelhas reais

Vitor Paiva  • Redator Vitor Paiva é jornalista, escritor, pesquisador e músico. Nascido no Rio de Janeiro, é Doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Trabalhou em diversas publicações desde o início dos anos 2000, escrevendo especialmente sobre música, literatura, contracultura e história da arte.

O funeral da Rainha Elizabeth II acontecerá na segunda-feira (19 de setembro) e uma série de detalhes vem sendo preparados pelo Palácio de Buckingham. Entre tradições ancestrais e pedidos deixados pela própria monarca, o cerimonial inclui coisas inusitadas, como pactos de silêncio, voos suspensos, bastões quebrados sobre o caixão e até conversas com abelhas.

O caixão sendo carregado, durante o transporte do Palácio de Buckingham para Westminster

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O espaço aéreo de Londres já está funcionando sob uma série de restrições, que impedem que aviões sobrevoem a cidade abaixo de certa altitude, em regra que também é imposta para drones. Durante as procissões para o cerimonial do caixão pelas ruas, está prevista a suspensão de alguns voos, para assegurar que o desfile aconteça no mais respeitoso silêncio: o velório terá dois minutos de silêncio em todo o Reino Unido.

A Rainha Elizabeth II lendo cartões em seu aniversário de 80 anos

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A pedido da própria Elizabeth II, a missa funerária será encerrada com uma apresentação do gaiteiro real, que tocará uma melodia militar, um lamento e o hino nacional. O funeral acontecerá na Abadia de Westminster, e contará com milhares de convidados, incluindo chefes de Estado: durante a cerimônia, o Lord Chamberlain, principal oficial da corte real, quebrará um bastão branco sobre o caixão, simbolizando o fim dos serviços prestados.

A cerimônia percorrerá todo o centro de Londres em desfile no dia 19

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O cargo é ocupado desde abril de 2021 por Andrew Parker, ex-chefe do MI5, uma das agências de inteligência britânicas, e o gesto de quebrar o bastão remonta a uma tradição de mais de 70 anos, quando o conde de Clarendon quebrou seu bastão sobre o túmulo de George VI, pai da rainha, morto em 1952. O caixão será enterrado no Castelo de Windsor, ao lado do Príncipe Philip, falecido em 2021, após uma outra cerimônia familiar.

Notícia às abelhas

Entre os muitos detalhes inusitados que envolvem as tantas cerimonias e tradições que formam um funeral real, um dos mais exóticos será mantido por John Chapple, que há 15 anos trabalha como apicultor real: ele terá a função de dar a notícia da morte da rainha às abelhas que cria tanto nos terrenos do Palácio de Buckingham quanto da Clarence House, residência oficial do rei Charles III, quando ainda era príncipe de Gales.

O Palácio possui quatro caixas de criação de abelhas

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“A pessoa que morreu é o mestre ou senhora das colmeias — alguém importante na família. E não há ninguém mais importante do que a rainha, não é?”, afirmou o apicultor, em entrevista ao jornal Daily Mail. “Você bate em cada colmeia e diz: ‘A senhora está morta, mas não vá embora. Seu mestre será bom com você”, concluiu Chapple, detalhando sua parte na cerimônia, que mantém uma exótica, porém secular, tradição.

Visita da Rainha às abelhas reais em 2016