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As roupas mais sustentáveis que existem são aquelas que já possuímos: esse é o ponto de partida da colaboração entre a dupla de designers suecas Rave Review e a multinacional de eletrodomésticos Electrolux, que visa repensar o consumo e o desperdício de roupas, bem como o sentido da ideia de sustentabilidade na moda. A reflexão parte de um cenário simbólico sobre o impacto ambiental causado pela indústria têxtil: o “lixão da moda“, uma imensa montanha de roupas formada por peças jogadas fora no deserto do Atacama, no Chile.
39 mil toneladas de roupas anualmente formam no Atacama um dos maiores lixões do mundo
-Como Gana se tornou ‘lixão’ de roupas de má qualidade dos países ricos
Os dados globais sobre o desperdício de roupas são alarmantes, e começam dentro de nossas casas: estudos sugerem que, em média, as peças são descartadas ainda novas, após apenas 10 usos. Segundo levantamento da Comissão Económica das Nações Unidas para a Europa (UNECE), cerca de 21 bilhões de toneladas de roupas terminam em aterros ou lixões anualmente, dos quais 39 mil toneladas vão parar na montanha do Atacama todo ano.
O “cemitério” de roupas no Chile é formado por peças rejeitadas por mercados ricos
Um dos maiores “cemitérios” de roupa do mundo, a montanha do Atacama, localizada na região do deserto conhecida como Alto Hospício, ao norte do Chile, é formado por calças, camisetas, bermudas, meias e casacos fabricados na China ou em Bangladesh, e se tornou um símbolo do impacto ambiental e humano da indústria têxtil tradicional.
Além de envenenar o deserto com os químicos que as peças carregam – e que levam ao menos 200 anos para se desintegrarem – o local se tornou um centro de exploração de trabalho entre os catadores no “lixão da moda”. Trata-se, porém, de somente um de muitos focos desse imenso problema: segundo a ONU, a fabricação de roupas é responsável por 20% de toda a água desperdiçada do planeta.
O “lixão da moda” também cria uma crise humanitária e trabalhista na região pela exploração
-Estilista brasileiro utiliza o upcycling para criar peças e acessórios exclusivos
Foi por tudo isso que a Electrolux estabeleceu a parceria com a dupla Rave Review tendo o lixão do Atacama como ponto de partida para questionar a relação insustentável que a sociedade mantém hoje com o consumo e o uso das roupas. Especialistas em moda sustentável, a dupla formada pelas designers Josephine Bergqvist e Livia Schück se vale de métodos como upcycling e thrifting para desenvolver suas peças, e decidiu justamente criar a primeira coleção reaproveitando as roupas do lixão chileno.
As peças foram criadas a partir de caixas de roupas usadas enviadas do deserto para a Suécia
As 11 peças que formam a coleção foram desenvolvidas a partir de material enviado do Atacama para o estúdio da dupla em Estocolmo, na Suécia. As roupas foram lavadas, cortadas e costuradas para formar a coleção, que nos mostra como é possível utilizar melhor e por mais tempo as roupas que já possuímos.
“Nós sempre acreditamos que no futuro a moda não poderá existir como é hoje. Cuidar do que já temos é provavelmente o caminho mais fácil e tangível para essa mudança”, afirmou Livia Schück, co-fundadora e diretora de criação da Rave Review.
A coleção denuncia e debate a necessidade urgente de tornar a indústria têxtil mais sustentável
A parceria faz parte de uma grande campanha da Electrolux, fabricante de eletrodomésticos multinacional de origem sueca, para alcançar a meta de ampliar ao dobro a duração das peças de roupa que já possuímos e, assim, ajudar a reduzir o impacto ambiental da indústria têxtil até 2030. “Está claro que precisamos mudar a forma como usamos e cuidamos de nossas roupas”, afirmou Vanessa Butani, VP do Grupo de Sustentabilidade da Electrolux, lembrando que estender o tempo de uso das roupas em nove meses pode reduzir a pegada de carbono e o desperdício de água em 20% a 30%.
As peças são únicas e não serão colocadas à venda, para serem símbolos da campanha
-Brasileira transforma lixo eletrônico em moda e combate o desperdício
“Se todos fizermos uma pequena mudança para quebrar o padrão, cada um de nós poderá reduzir o impacto ambiental da indústria têxtil”, afirma Butani, dando como exemplo de medidas sustentáveis a redução da temperatura da água para lavagens e o uso de detergentes líquidos ao invés de em pó para combater o desperdício. “Podemos criar um imenso impacto se escalado a milhões de consumidores seguindo o mesmo exemplo”, conclui.
A parceria entre a Rave Review e a Electrolux é parte de uma campanha contra o desperdício têxtil
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