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Na aula de ciência na escola você já ouviu que plantas têm o poder de limpar ambientes internos através da troca de gases, certo? Pois bem, cientistas agora indicam que o corpo humano também consegue esse feito por ser rodeado por um campo natural de oxidação.
Uma equipe de pesquisadores liderada pelo Instituto Max Planck de Química descobriu que o óleo e as gorduras da pele humana reagem com o ozônio – um gás altamente reativo composto por três átomos de oxigênio – para produzir um campo de oxidação em espaços internos. E assim a gente seria um verdadeiro filtro ambulante!
Corpo humano é rodeado por campo de oxidação capaz de ‘limpar o ambiente’ | Foto: Universidade da Califórnia em Irvine/BBC
Existem todos os tipos de poluentes no ar ao nosso redor. Em espaços abertos, eles podem ser lavados pela chuva que cai, e a oxidação acontece depois que os raios ultravioleta do Sol interagem com o ozônio e o vapor de água. Mas o estudo mostra que também há alguma oxidação acontecendo em ambientes fechados.
A limpeza química que ocorre por meio desses radicais hidroxila (OH) – espécies reativas de vida curta cujo trabalho é oxidar outras moléculas – ocorre através de uma combinação de ozônio vazando do lado de fora e dos campos de oxidação que criamos ao nosso redor.
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Em alguns cenários, os níveis de radicais OH em ambientes fechados são comparáveis aos níveis externos diurnos, descobriram os cientistas. Em outras palavras, estamos andando, respirando, máquinas de reação química, o que tem implicações na qualidade do ar interno e na saúde humana.
“A descoberta de que nós humanos não somos apenas uma fonte de produtos químicos reativos, mas também somos capazes de transformar esses produtos químicos, foi muito surpreendente para nós”, diz a química atmosférica Nora Zannoni, do Instituto de Ciências Atmosféricas e Clima da Itália.
A equipe realizou experimentos com três grupos separados de quatro pessoas em uma câmara climatizada especial, com níveis de ozônio que correspondiam ao limite superior do que você normalmente encontra em ambientes fechados.
Assim, os pesquisadores fizeram registros dos valores de OH com e sem ozônio presente, e antes e depois de humanos entrarem na sala.
Sala de experimento | Foto: Mikal Schlosser, Universidade técnica da Dinamarca via BBC
Através de uma combinação de modelagem computacional de dinâmica de fluidos e medições reais do ar (em parte envolvendo técnicas de espectrometria de massa), ficou claro que os radicais OH estavam presentes, abundantes – e se formando ao redor dos seres humanos.
Os cientistas descobriram que nossos campos de oxidação pessoais são gerados à medida que o ozônio reage aos óleos e gorduras em nossa pele – particularmente no composto de esqualeno triterpeno insaturado que compõe cerca de 10% dos lipídios que protegem a pele e a mantêm macia.
“A força e a forma do campo de oxidação são determinadas pela quantidade de ozônio presente, onde ele se infiltra e como a ventilação do espaço interno é configurada”, diz Zannoni.
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Imagine que passamos cerca de 90% do nosso tempo em ambientes fechados. Essas descobertas têm implicações importantes para garantir que o tempo seja gasto respirando ar o mais limpo e saudável possível – algo cuja importância ficou ainda mais clara graças à pandemia.
Corpo humano é rodeado por um campo natural de oxidação | Foto: Getty Images
Embora sempre soubemos que os processos de oxidação aconteciam em ambientes fechados, parece que, em algumas condições, as reações geradas pelos humanos são as dominantes.
É importante entender esses processos, tanto isoladamente quanto em relação a outros produtos químicos internos que podem surgir de materiais de construção, móveis e produtos perfumados, porque as reações podem produzir irritantes respiratórios e remover poluentes.
Ainda há muito mais trabalho a fazer: os cientistas estão ansiosos para entender como os níveis de umidade afetam as reações, por exemplo, e como mais e mais pessoas dentro de uma sala podem mudar o quadro.
Além disso, existe a possibilidade de que os campos de oxidação produzidos pelos humanos possam afetar nossa percepção de odor.
“Precisamos repensar a química interna em espaços ocupados porque o campo de oxidação que criamos transformará muitos dos produtos químicos em nossa vizinhança imediata”, diz o químico atmosférico Jonathan Williams, do Instituto Max Planck de Química, na Alemanha.
A pesquisa foi publicada na revista Science.
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