Arte

Gaiteiro que encerrou funeral de Elizabeth II tocava todas as manhãs para rainha

21 • 09 • 2022 às 15:41
Atualizada em 22 • 09 • 2022 às 10:33
Vitor Paiva
Vitor Paiva   Redator Vitor Paiva é jornalista, escritor, pesquisador e músico. Nascido no Rio de Janeiro, é Doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Trabalhou em diversas publicações desde o início dos anos 2000, escrevendo especialmente sobre música, literatura, contracultura e história da arte.

O encerramento do funeral da rainha Elizabeth II, na segunda-feira (19), foi marcado por uma emocionante melodia em gaita de fole, tocada por Paul Burns, gaiteiro oficial da realeza. O que poucos sabiam, porém, é que o ritual era parte fundamental do cotidiano da rainha: todas as manhãs, Burns tocava o instrumento por 15 minutos debaixo da janela da monarca, como um despertador.

O músico Paul Burns atua como gaiteiro real desde 2019

O músico Paul Burns atua como gaiteiro real desde 2019

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Burns trabalhou como gaiteiro real nos últimos anos do reinado de Elizabeth II, e costumava viajar na comitiva oficial para manter o ritual de despertar a rainha mesmo quando ela não estava no Palácio de Buckingham, em Londres. No funeral, o músico executou a peça “A Salute to the Royal Fendersmith” assim que o caixão desceu pelo vão da abóboda real, na capela de São Jorge, no Castelo de Windsor.

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No encerramento da cerimônia, Burns caminhou por todo o corredor da capela, fazendo com que a melodia desaparecesse lentamente em despedida. A participação do músico repetiu um ritual que já havia sido realizado durante o funeral do Príncipe Philip, marido de Elizabeth II, morto em abril do ano passado.

Tradição de 179 anos

Segundo consta, a apresentação de Burns na cerimônia de despedida foi um pedido da própria rainha Elizabeth, que mantinha especial apreço pela tradição dos gaiteiros, inaugurada há 179 anos pela Rainha Vitória. O primeiro ocupante do cargo na família real foi Angus Mackay, que iniciou os serviços em 25 de julho de 1843.

A participação do músico na cerimônia foi um pedido da própria rainha

A participação do músico na cerimônia foi um pedido da própria rainha

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Desde então, outros dezesseis músicos foram gaiteiros reais antes de Paul Burns, que atualmente serve no Regimento Real da Escócia. Também na segunda-feira, antes de encerrar o velório da rainha, ele tocou durante o serviço fúnebre de Estado, realizado na Abadia de Westminster.

No momento final, o gaiteiro deixa a capela e se afasta, deixando a melodia soar em despedida

No momento final, o gaiteiro deixa a capela e se afasta, deixando a melodia soar em lamento

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© fotos 1, 2: Getty Images

© foto 3: Twitter/@royalfamily/reprodução


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