Ciência

Teste da mão de borracha que viralizou funciona? Experimento ganha versão de cientistas brasileiras

08 • 09 • 2022 às 10:16
Atualizada em 09 • 09 • 2022 às 11:38
Vitor Paiva
Vitor Paiva   Redator Vitor Paiva é jornalista, escritor, pesquisador e músico. Nascido no Rio de Janeiro, é Doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Trabalhou em diversas publicações desde o início dos anos 2000, escrevendo especialmente sobre música, literatura, contracultura e história da arte.

Viralizou nas redes sociais um vídeo mostrando um incrível experimento científico no qual o participante “sente” um braço de borracha como se fosse seu braço de verdade.

Intitulado “Experimento da Mão Falsa”, o teste multissensorial foi reproduzido por um canal brasileiro, e surpreendeu até mesmo as cientistas que conduziram a “ilusão”.

Cenas do vídeo que viralizou, com a mão de borracha, à esquerda, causando a ilusão da dor

Cenas do vídeo que viralizou, com a mão de borracha, à esquerda, causando a ilusão da dor

Cena do experimento do canal brasileiro, que também comprovou a eficácia do teste

Cena do experimento do canal brasileiro, que também comprovou a eficácia do teste

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Entre diverso compartilhamentos, um dos tweets compartilhando o vídeo já passou das 9,2 milhões de visualizações – e ilustra, passo a passo, a complexidade do teste multissensorial. Basicamente, o experimento consiste em “esconder” da visão e, assim, do cérebro, uma das mãos do voluntário, e posicionar uma mão de borracha na posição de onde estaria a mão “escondida”.

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Em seguida, o cientista estimula através de toques a mão escondida ao mesmo tempo em que simula o toque na mão de borracha visível.

Após iludir o cérebro com os toques simultâneos, ao deixar de tocar na mão de verdade e seguir estimulando a mão de borracha exposta ao olhar, a pessoa segue tendo a impressão de que está “sentindo” o toque na prótese como se fosse em sua mão.

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É importante, segundo a descrição, que a prótese se pareça com a mão de verdade, e que o posicionamento esteja correto, para melhor “enganar” o cérebro.

De acordo com estudos, a “ilusão de percepção” causada pelo experimento é semelhante ao fenômeno vivenciado por pessoas que perdem um membro do corpo, mas seguem sentindo a parte amputada.

O processo do experimento exige que o se "engane" o cérebro com estímulos na mão falsa e real

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Aplicações médicas

Mais do que ilustrar as incríveis complexidades cerebrais ou estrelar um vídeo popular na internet, o experimento pode ser o primeiro passo para resultados de grande valor científico.

De acordo com o neurocientista sueco Henrik Ehrsson, que conduziu um estudo pioneiro sobre o tema em 2004, a pesquisa pode se desdobrar em técnicas para o controle de mãos robóticas por pessoas paralisadas sem que pacientes perdessem as sensações, e em uso cirúrgico, para maior precisão e agilidade no comando de braços robóticos por médicos, por exemplo.

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© fotos 1, 3: Twitter/reprodução

© foto 2: Youtube/reprodução


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