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Em uma rua tranquila no bairro do Rio Vermelho, a Alagoinhas, é lá que está, guardada por um ofá (símbolo do orixá Oxóssi), a casa de Jorge Amado.
Desde 2014 transformado em museu, o sobrado com um vasto jardim e uma piscina encantadora abrigou o casal Jorge Amado e Zélia Gattai por 40 anos. Lá, os dois receberam personalidades do mundo todo, como Gilberto Gil, Pierre Verger e Carybé para prosas intermináveis sobre os rumos da Bahia.
Ofá de Oxóssi em frente à Casa de Jorge Amado no Rio Vermelho, em Salvador
Ponto obrigatório para quem visita Salvador, a Casa do Rio Vermelho conta um pouco da história dos escritores, que por lá viveram entre 1964 e 2003 – Zélia deixou o imóvel após a morte do marido.
A Casa de Jorge Amado entrou no roteiro de pontos turísticos da cidade mais negra fora da África.
A residência histórica fica na Rua Alagoinhas 33, e os ingressos custam entre R$ 20 e R$ 10 (meia). A visitação é de graça todas as quarta-feira.
Jorge Amado e Zélia passaram a maior parte de suas vidas no local. Ele, nascido em Ilhéus, no Sul da Bahia, e ela paulista da capital encontraram paz no sobrado próximo da praia onde se realiza até os dias de hoje a festa de Iemanjá.
A maioria das características do imóvel foi preservada, mas a casa recebeu, claro, adaptações necessárias.
A máquina de escrever original usada por Jorge Amado
A Casa do Rio Vermelho é acessível para pessoas com deficiência desde a entrada. Existe um elevador, além de rampas no interior e também na parte externa do imóvel.
O passeio é uma imersão no universo de Jorge e Zélia. Os ambientes são sonorizados com histórias marcantes do casal, como o período em que viveram na França.
Jorge Amado partiu com destino a Paris em 1948, quando teve o registro no Partido Comunista cancelado e o mandato de deputado federal cassado. Foi na Cidade-Luz que escreveu clássicos como “A América Descoberta Pelos Turcos” e “Navegação de Cabotagem” – tudo isso está documentado no passeio, seja por áudio ou por vídeos da época.
Há também espaço para o amor. Registros românticos contam como os dois se encontraram e, claro, os momentos difíceis atravessados pelo casal durante os anos de chumbo no Brasil.
O amor compartilhado entre Zélia e Jorge pela natureza e pela culinária fica evidente nos dois momentos mais interessantes da visita.
Entrar na cozinha, que preserva o formato em L original, é se transportar para o século 20. E, claro, para a paixão de Jorge Amado pela gastronomia, sobretudo as delícias da Bahia. O escritor era louco por sarapatel e moqueca.
Outro objeto do desejo de Jorge Amado eram os sapos, distribuídos por toda a parte do vasto terreno. Os curadores da Casa do Rio Vermelho criaram, inclusive, o “Lago dos Sapos”, que homenageia a paixão do escritor pelos anfíbios.
A sala de TV da casa onde Jorge e Zélia viveram por 40 anos
A prefeitura de Salvador lançou um vídeo dando detalhes sobre a Casa de Jorge Amado:
Embora tenha tido forte relação com o Candomblé da Bahia e suas mães de santo mais famosas, como Mãe Menininha do Gantois e Mãe Stella de Oxóssi, Jorge Amado se dizia ateu.
Isso, contudo, não foi empecilho para que os orixás estejam presentes por toda extensão do imóvel. A Casa do Rio Vermelho é detalhada com desenhos dos símbolos das divindades africanas.
As obras de arte estão por todos os lados. A porta de entrada é de autoria do escultor Carybé, grande amigo de Jorge. Os detalhes da janela são de Mario Cravo, célebre escultor e pintor brasileiro.
Há ainda presentes de gente como Picasso, responsável pelo desenho de uma parede de cerâmica. Picasso, Pablo Neruda, Glauber Rocha, Tom Jobim e Simone de Beauvoir passaram noites no quarto de hóspedes localizado ao lado da sala.
O armário de roupas de Zélia Gattai
A cama é assinada por Carybé, que desenhou os azulejos com os orixás de Jorge Amado e Zélia Gattai. O quarto do casal também é todo decorado por obras de arte.
O jardim conta com uma vasta quantidade de espécies de plantas, destaque para as jibóias gigantes. Tudo é guardado por uma escultura grande de Exu, um dos orixás favoritos de Jorge Amado.
Jorge Amado era apaixonado por sapos
O orixá Exu guardando o jardim na casa de Jorge Amado
Acessível para PcDs, charmosa e com muita história para contar. A Casa de Jorge Amado tem motivos de sobra para entrar em seu roteiro de viagem.
E de quebra, o imóvel fica no bairro mais boêmio de Salvador, o Rio Vermelho. Bom passeio!
Serviço:
Casa de Jorge Amado
Endereço: Rua Alagoinhas, 33 – Rio Vermelho | Salvador/BA
Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia) | entrada grátis toda quarta-feira
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