Tecnologia

A especulação imobiliária já chegou ao mundo do metaverso

19 • 10 • 2022 às 11:26
Atualizada em 20 • 10 • 2022 às 10:50
Yuri Ferreira
Yuri Ferreira   Redator É jornalista paulistano e quase-cientista social. É formado pela Escola de Jornalismo da Énois e conclui graduação em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo. Já publicou em veículos como The Guardian, The Intercept, UOL, Vice, Carta e hoje atua como redator aqui no Hypeness desde o ano de 2019. Também atua como produtor cultural, estuda programação e tem três gatos.

Quando a Meta, do Zuckerberg, relatou que o Metaverso seria a próxima fase da internet, muitas pessoas olharam com desconfiança para a inovação tecnológica.

Será que um mundo virtual seria, de fato, o próximo passo das revoluções digitais? Ou será que os metaversos baseados em criptomoedas seriam, na verdade, apenas um “Second Life” com intensa intervenção de empresas?

Paraíso das criptomoedas já se tornam espaços para a especulação imobiliária e valores desconectados completamente da realidade

Claro que é cedo para afirmar alguma coisa concreta, mas os dados indicam que muito do investimento da gigante de tecnologia no metaverso não parece ter adesão pública. Algo, contudo, que tem acontecido nos metaversos é a especulação imobiliária.

No Decentraland, um dos metaversos mais populares do mundo, o terreno digital mais barato possível custa R$ 60 mil. Ele tem 16 metros quadrados. No Sandbox, outro ambiente digital de imersão famoso, um pedaço virtual de terra de 96 metros quadrados tem valor similar. Em 2021, os terrenos custavam até R$ 5 mil, o que indica uma alta na especulação sobre o valor dessas terras virtuais.

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A aquisição de terrenos em ambos os metaversos não pode ser feita com moedas estáveis, como dólares ou reais. Os pedaços de terra virtuais ficam hospedados em blockchain, o que os torna “tokens não fungíveis”, ou NFTs (sigla para o termo em inglês “non-fungible tokens”).

Títulos imobiliários no Decentraland já foram adquiridos por cerca de R$ 23 milhões. Apenas 8 mil pessoas “habitam” o metaverso. Contudo, de acordo com o DappRadar, uma agência de monitoramento de blockchain, apenas 38 usuários diários ocupam o ambiente virtual.

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Assim como um imóvel no mundo real pode valorizar por diversos motivos, terrenos vendidos no metaverso também seguem essa lógica. A realização de eventos, a escassez de terras e a possibilidade de criar negócios lucrativos no mundo digital estão entre os fatores que incentivam a compra de terrenos virtuais e, assim, os valorizam.

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Fotos: Getty Images


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