Annie Ernaux, vencedora no Nobel de Literatura 2022, estará na FLIP deste ano

Yuri Ferreira  • Redator É jornalista paulistano e quase-cientista social. É formado pela Escola de Jornalismo da Énois e conclui graduação em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo. Já publicou em veículos como The Guardian, The Intercept, UOL, Vice, Carta e hoje atua como redator aqui no Hypeness desde o ano de 2019. Também atua como produtor cultural, estuda programação e tem três gatos.

Nesta quinta-feira (6), o Nobel de Literatura de 2022 foi anunciado. A organização sueca laureou Annie Ernaux, escritora francesa, pela “coragem e acuidade clínica com que desvenda as raízes, os estranhamentos e os constrangimentos coletivos da memória pessoal”.

Ernaux estará na próxima edição da Festa Literária Internacional de Paraty, a FLIP 2022, que acontece em novembro deste ano.

Aos 82 anos, Annie Ernaux teve carreira coroada com Prêmio Nobel de 2022

A francesa escreveu mais de 20 livros ao longo de sua carreira, explorando temas como amor, paixão e relações entre classes sociais. Ela já era apontada como favorita ao prêmio por veículos como o The Guardian.

Ernaux tornou-se a 17ª mulher a receber o Nobel de Literatura na história. As relações de gênero, inclusive, fazem parte de sua obra. Em “O Acontecimento”, de 2002, a autora relata sua tentativa de realizar um aborto no ano de 1963, quando a prática ainda era ilegal na França. A obra foi publicada no começo deste ano no Brasil pela editora Fósforo.

A obra ganhou até adaptação cinematográfica, dirigida pela francesa Audrey Diwan e premiada com o Leão de Ouro no Festival de Veneza no ano de 2021.

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“É um texto implacavelmente honesto, em que, entre parênteses, ela acrescenta reflexões em uma voz vitalmente lúcida, dirigindo-se a si mesma e ao leitor em um único e mesmo fluxo”, disse a Academia Sueca de Ciências, responsável pelo Nobel, em comunicado na manhã de hoje.

Anúncio de vitória de Annie Ernaux veio com longo discurso de uma comissão da Academia Sueca

Mas, de acordo com a própria Annie, esta não é a melhor obra para começar. Para a autora, “O Lugar”, que relata conflitos na área rural da França, é o melhor livro para dar iniciar a leitura de sua obra. Ele foi publicado em português também pela Fósforo.

“Os Anos”, da mesma editora, é outro clássico. É uma das obras mais extensas da escritora (com 224 páginas), mesclando a própria memória de Annie a eventos históricos como, Maio de 1968, a explosão da aids e o surgimento dos computadores pessoais.

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