Ciência explica por que quando sopramos ‘ffff’ o ar sai frio e quando sopramos “aaah” sai quente

Vitor Paiva  • Redator Vitor Paiva é jornalista, escritor, pesquisador e músico. Nascido no Rio de Janeiro, é Doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Trabalhou em diversas publicações desde o início dos anos 2000, escrevendo especialmente sobre música, literatura, contracultura e história da arte.

Abra a boca e sopre fazendo som de “Aaaah” contra sua mão, como que soltando o bafo, e o ar sairá quente: no instante seguinte, porém, se realizar o mesmo experimento fazendo bico, com som de “fffff” na hora do sopro, o ar chegará resfriado. A experiência é tão simples quanto fascinante, mas a ciência explica a diferença: não somos capazes de produzir essa variação de calor dentro de nosso corpo, e a resposta está na velocidade de saída do ar.

O sopro com bico para esfriar o café ou o chá libera o ar em alta velocidade e sai resfriado

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Evidentemente, em ambos os casos o ar está na mesma temperatura antes de soprarmos com a boca aberta ou fazendo bico. Normalmente, o ar fora do corpo se encontra em temperatura mais baixa do que os nossos 36,5ºC de média corporal: o segredo dos dois fenômenos por trás desses gestos supostamente simplórios está justamente na troca de calor entre o ar quente em nosso interior e a temperatura mais fria do lado de fora do corpo.

O sopro do ‘bafo’, com a boca aberta em som de “Aaaah”, é lento e mais quente

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A boca aberta e o bico fazem com que o ar saia em velocidade diferente em cada situação e, assim, causem maior ou menor troca: quando a boca está somente aberta em som de “Aaaah”, a baixa velocidade de saída oferece tempo para que a troca de calor aconteça – e o ar saia mais quente. A velocidade elevada do sopro em bico não dá tempo para a troca – e, assim, o ar em “fffff”, que usamos para esfriar o café ou o chá fazendo biquinho ao soprar, sai mais frio.

É a troca de calor com a temperatura ambiente que determina se o sopro será quente ou frio

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Outros aspectos do fenômeno, que envolvem moléculas e variações de pressão, fazem parte da explicação completa da diferença, mas, essencialmente, a velocidade é a resposta. Vale deixar claro que esse processo só acontece quando a temperatura ambiente é inferior à temperatura corporal de quem sopra. Se o experimento for feito dentro de uma sauna, por exemplo, o sopro com bico também sairá quente.

Para o experimento dar certo, é fundamental que a temperatura ambiente seja inferior à do corpo