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Depois de ser banido por antissemitismo do Instagram e do Twitter, Kanye West decide comprar uma rede social

18 • 10 • 2022 às 12:32
Atualizada em 18 • 10 • 2022 às 12:33
Yuri Ferreira
Yuri Ferreira   Redator É jornalista paulistano e quase-cientista social. É formado pela Escola de Jornalismo da Énois e conclui graduação em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo. Já publicou em veículos como The Guardian, The Intercept, UOL, Vice, Carta e hoje atua como redator aqui no Hypeness desde o ano de 2019. Também atua como produtor cultural, estuda programação e tem três gatos.

O rapper estadunidense Kanye West anunciou que deseja comprar a rede social Parler, uma rede social que afirma permitir “liberdade de expressão” e que abriga grupos de extrema-direita.

West se envolveu em uma série de polêmicas recentemente ao fazer falas antissemitas em seu Instagram e no Twitter, o que resultou em seu banimento de ambas as redes.

Kanye West

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O cantor também chegou a afirmar que a polícia não matou George Floyd, homem negro que foi brutalmente assassinado por policiais de Minneapolis. A morte de Floyd foi o ponto de partida para as gigantes manifestações do movimento Black Lives Matter de 2020. Kanye chegou a participar dos protestos. Contudo, após as declarações mentirosas, deve ser processado pelos familiares de Floyd.

A compra do Parler por West se deu em meio aos eventos recentes. A rede social passou por mais de um ano fora de apps como a Google Play Store por incentivar violência coletiva. O Parler permite a existência de grupos neonazistas e de ódio em suas redes.

Kanye: de voz antirracista à declarações antissemitas

Em 2005, Kanye West marcou a história dos EUA por afirmar que o presidente George Bush “não ligava para os negros”. A manifestação ocorreu na televisão aberta em meio a pedidos de doação para famílias afetadas pelo furacão Katrina.

‘Ye’ deu guinada À direita depois de transicionar sua carreira para o gospel no ano de 2019

O rapper se manteve como uma voz próxima dos setores antirracistas da sociedade norte-americana e chegou a fazer campanha para Barack Obama no ano de 2008.  Contudo, a partir do ano de 2016, Ye deu uma guinada à extrema-direita.

Kanye chegou a falar que os negros “escolheram ser escravos por 400 anos” em 2018. Posteriormente, ele se candidatou à presidência em uma base evangélica. Em 2021, chamou Marilyn Manson – que acusa graves acusações de estupro e tortura – para participar de seu álbum ‘DONDA’. Neste ano, ingressou em discursos ainda mais extremos.

Neste mês, Ye deu entrevista à Tucker Carlson, um dos apresentadores mais ligados à Trump na imprensa americana. Ele fez declarações contra o aborto que foram compartilhadas pelo presidente Jair Bolsonaro no Twitter.

E, agora, Kanye ingressou em discursos antissemitas, afirmando que iria travar uma luta contra os judeus por estarem controlando o rapper P. Diddy. Bizarro.

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