Diversidade

Diversidade: salto na participação feminina e chegada de travestis enriquecem parlamento

03 • 10 • 2022 às 13:29
Atualizada em 04 • 10 • 2022 às 10:17
Yuri Ferreira
Yuri Ferreira   Redator É jornalista paulistano e quase-cientista social. É formado pela Escola de Jornalismo da Énois e conclui graduação em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo. Já publicou em veículos como The Guardian, The Intercept, UOL, Vice, Carta e hoje atua como redator aqui no Hypeness desde o ano de 2019. Também atua como produtor cultural, estuda programação e tem três gatos.

As eleições gerais de 2022 foram concluídas e já estão definidos quem serão os 513 representantes da população na Câmara dos Deputados durante os próximos quatro anos.

Erika Hilton se torna a primeira travesti negra a ser representante parlamentar em nível federal

A diversidade é um ponto importante no debate político e analisamos como mulheres, negros, LGBTs e pessoas com deficiência foram representados na eleição brasileira.

Salto no número de mulheres

Como já indicavam as eleições recentes, o número de mulheres representadas na Câmara dos Deputados aumentou em relação aos anos anteriores.

O salto foi de 77 deputadas para 91. O Partido dos Trabalhadores (PT) foi o partido político que mais fez representantes femininas nesse pleito.

Número de mulheres na Câmara aumentou 18% entre 2018 e 2022

Outra novidade é a ascensão de duas mulheres trans para os cargos representativos: são Erika Hilton (PSOL-SP) e Duda Salabert (PDT-MG). A candidata Robeyoncé (PSOL-PE) também recebeu votação expressiva, mas não alcançou os votos necessários para levar uma cadeira e seguirá como vereadora no Recife.

Outra vitória notável é a reeleição de Luíza Erundina (PSOL-SP), comprovando que não há espaço para etarismo na política brasileira. Aos 87 anos, ela foi a deputada mais velha a ganhar uma cadeira nesta eleição (e já havia batido o mesmo recorde em 2018).

Avanços e retrocessos

Felipe Rigoni (União Brasil – BA), único deputado federal com deficiência da legislatura passada, acabou perdendo sua cadeira em disputa por reeleição no Espírito Santo.

Os candidatos negros (somando pretos e pardos) eleitos são 135, um avanço de 8,9% em comparação com as eleições de 2014.

Já os indígenas no Congresso saltaram de um para três: Joênia Wapichana (REDE-RR) não venceu, mas Sônia Guajajara (PSOL-SP) e Célia Xakriabá (PSOL-MG) venceram o pleito. Silvia Waiapi (PL-AP), notória apoiadora do presidente, também levou o cargo e é a terceira indígena da Câmara.

Luiza Erundina se reelegeu para a Câmara; parlamentar tem histórico de luta por representação feminina em espaços políticos

Mas, como ficou evidente no escândalo ACM Neto (União Brasil – BA) – candidato ao governo da Bahia que se autodeclarou como negro. mas é branco -, boa parte destes candidatos negros autodeclarados é branca.

A Bancada da Cannabis elegeu alguns candidatos, como Sâmia Bonfim (PSOL-SP), Leonel Radde (PT-RS), Erika Hilton (PSOL-SP) e Ivan Valente (PSOL-SP).

Leia também: Lula e Bolsonaro bombam em eleições dominadas por militares, pastores e ‘Zé das couves’

Publicidade

Fotos: Foto 1: Midia Ninja Foto 2: Hypeness/Elaboração Própria Foto 3: Henrique Yasuda


Canais Especiais Hypeness