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Outubro é um mês marcado por campanhas de conscientização sobre o câncer de mama. A maior parte do conteúdo foca na saúde de mulheres cisgênero e suas histórias de sobrevivência, mas esquecem ou omitem a comunidade transgênero – mesmo que pessoas trans enfrentem também altos riscos de desenvolver a doença.
Para muitas pessoas trans de todas as identidades de gênero, o peito ou os seios são uma parte importante da transição. Assim, é necessário trazer a divulgação e o rastreamento do câncer de mama para essa população como forma de cuidado e reconhecimento sobre o valor dessas vidas.
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De acordo com pesquisa da jornalista transgênero Lara Americo, publicada no Huff Post, a maioria das informações sobre câncer de mama em pessoas trans foi produzida por vloggers no YouTube e pequenas organizações sem fins lucrativos nas principais cidades dos EUA.
“Mesmo quando os PSAs de câncer de mama têm como alvo a comunidade LGBTQ, as pessoas transgênero raramente são mencionadas. Pessoas trans masculinas e o risco de câncer de tórax após cirurgias são ainda menos discutidos. Os cânceres de mama e de tórax são uma ameaça para a comunidade trans porque muitas pessoas trans nunca saberão que estão em risco”, escreve Lara.
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Mulheres transgênero que fazem terapia hormonal feminilizante têm um risco 47 vezes maior de desenvolver câncer de mama em comparação com o homem cisgênero, de acordo com um estudo da VU University Medical Center, da Holanda, publicado na revista BMJ. Ainda assim, esse aumento no risco é pequeno e não é tão alto quanto o risco médio de câncer de mama da mulher nascida com genitália feminina.
Os estudos também descobriram que homens transgêneros – pessoas que nascem com genitália feminina, mas que se identificam com o gênero masculino – que tomam hormônios masculinos têm um risco menor de câncer de mama do que a média das mulheres cisgênero.
Homens e mulheres transgênero também podem desenvolver câncer e mama
As pessoas trans têm um senso de identidade pessoal e de gênero que não corresponde ao sexo atribuído a elas no nascimento. Algumas inclusive optam por tomar hormônios para tornar algumas características físicas mais parecidas com a do gênero com o qual se identificam.
Por outro lado, algumas mulheres cis usam terapia de reposição hormonal (TRH) para controlar sintomas da menopausa, o que pode aumentar o risco de câncer de mama. Assim, os pesquisadores passaram a investigar se a terapia hormonal de gênero afetava o risco de câncer em mulheres e homens transgêneros.
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O estudo indicou que mulheres transgêneros têm 47 vezes mais chances de desenvolver câncer de mama do que homens cisgêneros. Os pesquisadores descobriram que os hormônios feminilizantes foram provavelmente o catalisador do problema.
Homens transgêneros também apresentaram risco aumentado em comparação com homens cisgêneros, mas menor risco do que mulheres cisgêneros.
“As recomendações atuais sugerem que mulheres trans e homens trans que não se submeteram à mastectomia devem ser rastreados bianualmente com mamografia a partir dos 50 anos e se estiverem usando tratamento hormonal por mais de cinco anos”, recomenda o estudo.
Mulheres transgêneros têm 47 vezes mais chances de desenvolver câncer de mama do que homens cisgêneros
O texto diz ainda que, ainda que não seja um risco tão alto quanto em mulheres cis, “a conscientização tanto de médicos quanto de pessoas trans é mais importante do que o início do rastreamento (…) Além disso, pode-se considerar a descontinuação do tratamento hormonal em pessoas transgênero mais velhas, o que pode, a partir de então, diminuir o risco de câncer de mama”.
Outro ponto de atenção fala sobre mulheres trans e homens trans que não fizeram mastectomia. Nesses casos, os cientistas aconselham passar pela mesma vigilância, caso tenham parentes próximos do sexo feminino afetados pelo câncer de mama, já que existe uma predisposição familiar.
É importante lembrar que as pessoas transgênero que mudaram seu sexo legal podem não ser automaticamente convidadas para exames de base populacional, incluindo exames de câncer de mama.
Apesar de novas pesquisas e avanços na Medicina, os cuidados de saúde transgêneros dependem muito das visões políticas dos profissionais. Alguns profissionais médicos – desafiando seu juramento hipocrático de manter os padrões éticos – reservam cuidados para aqueles com a identidade cis.
A pauta da transgeneridade praticamente não aparece nas grades curriculares dos cursos de Medicina, o que faz com que profissionais saiam na universidade despreparados para lidar com a diversidade de gêneros. O tema acaba se tornando um tabu que ao mesmo tempo esbarra nas crenças pessoais de cada médico.
O acesso, para muitos, pode começar com a conscientização. E ela precisa atingir tanto médicos quanto pacientes. As pessoas trans enfrentam uma série de desafios que os impedem de viver vidas mais saudáveis. A divulgação dos riscos é fundamental, enquanto ainda é possível se evitar o que as estatísticas iniciais sugerem.
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