Ciência

Pela primeira vez, cientistas encontram família de neandertais na Sibéria

24 • 10 • 2022 às 15:15
Atualizada em 01 • 11 • 2022 às 10:00
Yuri Ferreira
Yuri Ferreira   Redator É jornalista paulistano e quase-cientista social. É formado pela Escola de Jornalismo da Énois e conclui graduação em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo. Já publicou em veículos como The Guardian, The Intercept, UOL, Vice, Carta e hoje atua como redator aqui no Hypeness desde o ano de 2019. Também atua como produtor cultural, estuda programação e tem três gatos.

Um grupo de pesquisadores confirmou através de pesquisas genômicas a existência de uma família de neandertais.

Comparações de agrupamentos familiares de neandertais comprova hipótese de socialização dos “primos” do Homo sapiens ao longo da história

O grupo de cientistas liderados por Svante Pääbo, do Instituto Max Planck de Biologia Evolutiva, na Alemanha, ganhador do Prêmio Nobel de Medicina deste ano, reuniu o DNA de treze fósseis de neandertais que estavam nas cavernas de Chagyrskaya e Okladnikov, no Sul da Sibéria, na Rússia.

Os treze fósseis foram comparados geneticamente pela equipe de Päabo. Os pesquisadores viram proximidades genéticas que indicam que eles eram uma família.

As descobertas reforçam a teoria paleontropológica de que os neandertais andavam pelo mundo em pequenos agrupamentos.

A variabilidade genética encontrado pelos pesquisadores nestes indivíduos sugere que os grupos neandertais eram, de fato, pequenos.

De acordo com as datações do grupo de pesquisa, os fósseis têm cerca de 54 mil anos de idade. Agora, fica a questão: será que os seres humanos tinham comportamento parecido com os dos neandertais estudados pelos cientistas?

É muito difícil inferir algo deste tipo, porque há poucos registros de Homo sapiens desse período e nesta região. Contudo, é possível que as coisas fossem parecidas. Uma das hipóteses também reforçada pela descoberta é a de “clãs” de neandertais.

Svante Päabo foi o vencedor do Prêmio Nobel de Medicina de 2022 por sua pesquisa sobre genética de fósseis de neandertais e Homo sapiens antigos

“Esta é uma prática muito comum entre muitos grupos de Homo sapiens e também em outros primatas para manter a variabilidade genética”, explica Antonio Rosas, paleoantropólogo do Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC), ao El País.

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