Projeto sustentável: Já imaginou viver em uma casa feita de cannabis?

Vitor Paiva  • Redator Vitor Paiva é jornalista, escritor, pesquisador e músico. Nascido no Rio de Janeiro, é Doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Trabalhou em diversas publicações desde o início dos anos 2000, escrevendo especialmente sobre música, literatura, contracultura e história da arte.

O futuro do mercado imobiliário poderá passar pela cannabis. Além de revolucionar a saúde em diversos aspectos e fomentar um novo e bilionário mercado recreativo nos países em que já foi legalizada, a planta da maconha pode se tornar um marco para a construção de residências e uma ferramenta para ajudar quem não tem onde morar – através de casas pequenas e acessíveis fabricadas utilizando chapas de cânhamo.

O projeto das Tigín Tiny Homes utiliza o cânhamo para baratear o custo de uma casa sustentável

-Baterias de cânhamo são melhores que lítio e grafeno e muito mais sustentáveis

Intitulada Tigín Tiny Homes, as casas são fruto de uma parceria da ONG irlandesa Common Knowledge com a fazenda Margent Farm, na Inglaterra, que produz cânhamo comprometida com práticas orgânicas e ecológicas. De acordo com a comunicação do projeto, a ideia é desenvolver casas “sustentáveis, acessíveis e com design consciente”. Cada residência mede cerca de 20 metros quadrados, com um pé direito alto que oferece um clima de um loft compacto, e espaço para uma cama king size e outra para hóspede – além de banheiro e cozinha equipada.

O projeto utiliza grandes janelas para ampliar o desenho compacto das casas

As casas têm cerca de 20 metros quadrados, mas um pé direito alto que amplia o espaço

-Maconha pode melhorar experiência sexual com aumento de libido e orgasmos

E para quem se perguntar onde entra o cânhamo, a resposta é estrutural: as paredes das casas são feitas com essas chapas sustentáveis, que misturam a fibra da cannabis com uma resina à base de açúcar fabricada através do reaproveitamento de resíduos agrícolas. A ideia é que o projeto combata a crise de moradia e funcione como solução acessível para quem não tem uma casa própria. A sugestão é que as Tigín Tiny Homes sejam usadas por cerca de três anos, para que a pessoa possa se recapitalizar sem pagar aluguel no período.

Um segundo andar como uma espécie de jirau com escada posiciona o quarto de dormir no alto

O segundo andar também fornece especial luz natural através de janelas amplas de vidro

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As casas, assim como trailers ou contêineres adaptados, podem ser transportadas para diferentes locais. Cada casa pode ser comprada pronta pelo valor de 55 mil libras, equivalentes a cerca de R$ 320 mil, ou ser adquirida desmontada por um valor ainda mais barato, para ser construída a partir de oficinas oferecidas pela ONG. Os lucros com as vendas são todos utilizados para financiar mais oficinas e construções.

Em breve os códigos de base dos projetos serão disponibilizados gratuitamente na internet.

Em breve todos os detalhes da planta-baixa das casas serão disponibilizados gratuitamente

-Cânhamo tem três 3 vezes mais resistência à tração do que o algodão

Pois o projeto também visa a permitir que qualquer pessoa possa construir sua própria casa pequena – de cânhamo ou utilizando outro material de baixo custo.  “Em última análise, o plano do projeto Tigín não é somente construir essas pequenas casas, mas ensinar as habilidades para erguer esse ou qualquer outro projeto com as próprias mãos. Por isso vamos lançar a planta-baixa para ser utilizada livremente até o fim do ano”, afirmou Fionn Kidney, um dos fundadores da Common Knowledge.

Cada casa é móvel, e pode ser transportada como um trailer para um diferente cenário