Tecnologia

Robô de Harvard usa tentáculos infláveis de borracha para segurar itens delicados

31 • 10 • 2022 às 09:30
Atualizada em 31 • 10 • 2022 às 14:28
Vitor Paiva
Vitor Paiva   Redator Vitor Paiva é jornalista, escritor, pesquisador e músico. Nascido no Rio de Janeiro, é Doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Trabalhou em diversas publicações desde o início dos anos 2000, escrevendo especialmente sobre música, literatura, contracultura e história da arte.

A aparência pode ser medonha e bruta, mas a função para qual o novo robô de Harvard foi desenvolvido é delicada e precisa: segurar e mover objetos frágeis com firmeza e amparo. Criado por pesquisadores da Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas John A. Paulson, da renomada universidade norte-americana, o robô nasceu inspirado nos polvos e águas-vivas e utiliza tentáculos pneumáticos para envolver de forma segura itens delicados ou objetos em formatos irregulares e de difícil captura.

Os filamentos de borracha infláveis do robô de Harvard se adequam ao objeto a ser carregado

Os filamentos de borracha infláveis do robô de Harvard se adequam ao objeto a ser carregado

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Os filamentos infláveis da mão-robô são feitos de borracha e pendem de uma articulação que se parece de fato com um pulso humano: sozinhos, os tentáculos não possuem qualquer força, mas, juntos e enrolados, são capazes de levantar e carregar objetos pesados com firmeza. O sistema funciona sem sensores ou programações especiais, utilizando somente um operador ou algoritmo simples de computador para manobrar o equipamento e executar a tarefa.

Antes de reconhecer o objeto, os tentáculos pendem como fios da mão robótica

Antes de reconhecer o objeto, os tentáculos pendem como fios da mão robótica

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A inspiração das águas-vivas vem da forma que o animal costuma capturar suas presas com seus filamentos: para segurar um objeto, os tentáculos da mão-robo inflam e se emaranham até ganhar força capaz de suspender o item. Basta relaxar os tubos para que o objeto seja liberado sobre uma superfície segura. A reunião dos muitos filamentos e a simples capacidade de reconhecer o formato de cada objeto são os responsáveis pela capacidade precisa do equipamento.

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“Inspirados na natureza, os pesquisadores desenvolveram um novo tipo de garra robótica mole, que utiliza uma coleção de tentáculos finos para enredar objetos de forma similar à maneira como as águas-vivas capturam presas paralisadas”, diz o comunicado. A inspiração dos polvos se dá a partir da incrível flexibilidade muscular dos tentáculos do animal, capazes de se enrolarem ao redor de qualquer formato com delicadeza e força.

A tecnologia é capaz de se adaptar aos mais irregulares formatos de objetos

A tecnologia é capaz de se adaptar aos mais irregulares formatos de objetos e carregá-los

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“O emaranhamento permite que cada filamento altamente compatível se conforme localmente com um objeto alvo, levando a uma compreensão topológica segura, mas suave, que é relativamente independente dos detalhes da natureza do contato”, explicou L. Mahadevan, professor de Matemática Aplicada da escola de Harvard.

A ideia é que a tecnologia possa ser utilizada nas mais variadas aplicações, como na agricultura, no gerenciamento de estoques, na biologia marinha e até mesmo na medicina. O estudo sobre o robô pode ser lido, em inglês, aqui.

Os tentáculos em close, inflados e adaptados para rodear com segurança o objeto

Os tentáculos em close, inflados e adaptados para carregar com segurança o objeto

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© fotos 1, 4: Harvard/divulgação

© fotos 2, 3: Youtube/reprodução


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