Ciência

Svante Pääbo: Nobel da Medicina vai para pesquisa sobre evolução genética dos humanos

03 • 10 • 2022 às 17:25
Atualizada em 04 • 10 • 2022 às 12:57
Yuri Ferreira
Yuri Ferreira   Redator É jornalista paulistano e quase-cientista social. É formado pela Escola de Jornalismo da Énois e conclui graduação em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo. Já publicou em veículos como The Guardian, The Intercept, UOL, Vice, Carta e hoje atua como redator aqui no Hypeness desde o ano de 2019. Também atua como produtor cultural, estuda programação e tem três gatos.

Nesta segunda-feira (3), o pesquisador Svante Pääbo foi agraciado com o prêmio Nobel de Medicina. O cientista trabalha no Instituto Max Planck de Antropologia Evolucionista, em Leipzig, na Alemanha, e é um dos maiores especialistas em biologia evolutiva do mundo.

Desde os anos 1990, o sueco tenta entender quais são os caminhos do DNA humano. Para entender a evolução biológica que antecede o Homo sapiens, Svante pesquisa os genes de fragmentos de fósseis humanos em uma ciência relativamente nova: a paleogenômica.

Trabalho de pesquisa genética em ancestrais hominídeos mostram novos caminhos da evolução da nossa espécia

Pääbo revelou que os Homo sapiens oriundos da África que migraram em direção à Europa Ocidental e à Eurásia cruzaram com os hominídeos de Denisova, os denisovanos, e com neandertais.

Sua equipe de pesquisadores mostrou que existem genes oriundos desses hominídeos presentes em nossos genes até os dias de hoje. Sua pesquisa atestou que seres humanos que vivem no Tibete carregam um gene oriundo dos denisovanos que auxilia na sobrevivência à altitude.

Além de mostrar essa confluência, o trabalho de Pääbo mostrou as similaridades e as distâncias entre os genes de nossa espécie e de nossos parentes extintos mais próximos, como os neandertais. A equipe pioneira conseguiu resultados incríveis que pareciam inacreditáveis nos anos 1990, quando Svante começou seu trabalho.

Esses dados podem ser importantes para a medicina por esclarecer ainda mais o nosso corpo. O Nobel o premiou oficialmente “por suas descobertas sobre os genomas de hominídeos extintos e sobre a evolução humana”.

O pai de Svante é Sune Bergström, que também ganhou o Nobel de Medicina de 1982, por pesquisas sobre a bioquímica. Cinquenta anos depois, a família fez uma dobradinha no prêmio.

Svante ganha 10 milhões de coroas suecas, ou cerca de R$ 4,8 milhões na cotação atual.

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Fotos: Getty Images


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