Tecnologia

Vai à Copa do Mundo? Qatar está obrigando turistas a instalar dois aplicativos suspeitos

21 • 10 • 2022 às 11:23
Atualizada em 22 • 10 • 2022 às 09:30
Yuri Ferreira
Yuri Ferreira   Redator É jornalista paulistano e quase-cientista social. É formado pela Escola de Jornalismo da Énois e conclui graduação em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo. Já publicou em veículos como The Guardian, The Intercept, UOL, Vice, Carta e hoje atua como redator aqui no Hypeness desde o ano de 2019. Também atua como produtor cultural, estuda programação e tem três gatos.

O governo catari anunciou que os turistas que viajarem ao país para assistir aos jogos da Copa do Mundo de 2022 no próximo mês terão de instalar dois apps em seus celulares.

De acordo com a reportagem do jornal norueguês NRK, o Qatar desenvolveu os aplicativos Hayya e Ehteraz para os milhares de visitantes que chegarão ao país em novembro.

Aplicativos obrigatórios apresentam sérios problemas de segurança, segundo especialistas

O Ehteraz é um aplicativo de monitoramento de casos de covid-19 que serve para reduzir os riscos de contaminação da doença em meio ao evento desportivo.

O Hayya é um aplicativo que serve para acesso aos ingressos para a Copa e também facilita o uso do metrô nas principais cidades do país, como Doha e Al Rayyan.

O problema está nas permissões: Ehteraz exige acesso a praticamente tudo que há no seu celular: contatos, localização, dados pessoais e até a capacidade de resetar seu smartphone. 

Catar 2022

Estádios da Copa, que começa no dia 20 de novembro e segue até 18 de dezembro

“Ao baixar esses dois aplicativos, você aceita os termos estabelecidos no contrato, e esses termos são muito generosos. Você essencialmente entrega todas as informações em seu telefone. Você dá às pessoas que controlam os aplicativos a capacidade de ler e alterar as coisas e ajustá-las. Eles também têm a oportunidade de recuperar informações de outros aplicativos, se tiverem capacidade para isso, e acreditamos que tenham”, afirma Øyvind Vasaasen, especialista em segurança digital em entrevista à NRK.

“Esses apps processam dados, particularmente ligados ao GPS, que dão uma alta possibilidade de abuso. De certa forma, você precisa confiar nas pessoas que desenvolvem ou possuem os aplicativos, e não é certo que você queira confiar particularmente nas autoridades do Qatar”, completa.

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