Viagem

Vida saudável: Quatro cidades que incentivam a troca de carro por bicicleta e caminhada

05 • 10 • 2022 às 12:42
Atualizada em 05 • 10 • 2022 às 17:33
Vitor Paiva
Vitor Paiva   Redator Vitor Paiva é jornalista, escritor, pesquisador e músico. Nascido no Rio de Janeiro, é Doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Trabalhou em diversas publicações desde o início dos anos 2000, escrevendo especialmente sobre música, literatura, contracultura e história da arte.

A pandemia transformou nossos hábitos e relações, mas também nossas cidades: alguns importantes destinos do mundo se tornaram especialmente abertos aos pedestres e ciclistas, e menos tomados por carros do que costumavam ser. Uma reportagem da BBC listou quatro grandes cidades que se transformaram durante a pandemia, abrindo suas ruas para que o barulho e a poluição dos carros dessem lugar a caminhadas e bicicletas.

As cidades selecionadas se transformaram por conta da pandemia, mas vêm mantendo as melhorias

As cidades selecionadas se transformaram na pandemia, mas vêm mantendo as melhorias

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Foram muitas as cidades que, diante das limitações impostas pela pandemia, desenvolveram vias exclusivas para pedestres e ciclistas, ampliando ciclovias e abrindo espaços públicos para um convívio possível, a céu aberto e sem perigos. As cidades selecionadas na reportagem não renunciaram a tais mudanças com a volta das atividades normalizadas, e seguem convidando as pessoas, e não os carros, para tomarem suas ruas.

A ideia em tais destinos é que as pessoas, e não os carros, tomem as ruas e "usem" a cidade

A ideia em tais destinos é que as pessoas, e não os carros, tomem as ruas e “usem” a cidade

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Paris

A Cidade-Luz sempre foi convidativa para quem prefere caminhar ou pedalar do que dirigir, e mesmo antes da pandemia, já possuía diversas ruas exclusivas para pedestres e proibidas para veículos. Nos últimos anos, as ciclovias foram consideravelmente aumentadas, e mais 180 km de ciclovias e 180 mil vagas serão criados até 2026.

Paris somente ampliou a vocação que já exercia como uma cidade aberta aos ciclistas e pedestres

Paris ampliou a vocação que já exercia como uma cidade aberta aos ciclistas e pedestres

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Os planos também incluem a plantação de novas árvores pela cidade, para melhorar a experiência dos pedestres pela capital da França, especialmente para os Jogos Olímpicos, que acontecerão em Paris em 2024.

Bogotá

Com o ciclismo como esporte nacional da Colômbia, sempre foi natural para sua capital se afirmar como uma cidade aberta às bicicletas. Bogotá já possuía uma das maiores redes de ciclovia do mundo antes da pandemia, conhecida como Cicloruta, com mais de 550 km de pistas, e novas vias foram acrescidas durante o período.

Parte da Cicloruta que oferece um extenso e bom espaço para ciclistas pela capital colombiana

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Aos domingos e feriados, diversas ruas da cidade são fechadas aos carros e abertas aos mais de 1,5 milhão de pedestres e ciclistas que aproveitam os espaços toda semana.

Milão

A Itália foi um dos primeiros países fora da China a ser profundamente afetado pela pandemia e, com isso, Milão precisou agir rápido: ainda em 2020, criou um plano de alargamento de calçadas e expansão das ciclovias por 35 km de ruas que antes eram dos carros.

O distrito CityLife, em Milão, foi inaugurado como um dos maiores espaços sem carro da Europa

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Assim como Paris, Milão possui um plano de “cidade em 15 minutos”, que permite aos moradores realizarem suas tarefas cotidianas em distâncias que equivalem a caminhadas curtas. Além disso, a inauguração do distrito CityLife deu à cidade uma das maiores áreas sem trânsito de carros e abertas aos pedestres e ciclistas de toda a Europa.

San Francisco

Além de melhorar e ampliar as ciclovias por toda a cidade ao norte da California, San Francisco também criou o programa “Slow Streets” (ruas lentas, em tradução livre), que utilizou sinalizações e barreiras para reduzir a velocidade e limitar o trânsito dos carros em cerca de 30 vias, como uma forma de abrir o espaço para pedestres e bicicletas.

Placa determinando a política de "Slow Streets" na região do Golden Gate Park, em San Francisco

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O projeto reduziu os carros em 50% por toda a cidade e, ainda que a maioria das ruas já tenha voltado a seu funcionamento normal, quatro setores mantiveram as mudanças: em Golden Gate Avenue, Lake Street, Sanchez Street e Shotwell Street. Um plebiscito irá decidir se as mudanças que foram mantidas serão permanentes nesses quatro pontos de San Francisco.

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