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Grammy Latino: Liniker faz história e Anitta leva funk para premiação; homenagem a Gal deixa a desejar

18 • 11 • 2022 às 12:16
Atualizada em 18 • 11 • 2022 às 14:55
Adriana Del Ré
Adriana Del Ré   Redatora Adriana Del Ré é jornalista especializada na área de cultura e entretenimento. Formada pela PUC-SP, foi repórter, subeditora e editora no jornal O Estado de S. Paulo. Colaborou também para Rolling Stone, UOL, portal da CNN e Valor Econômico, entre outros veículos.

A 23.ª edição do Grammy Latino, realizada na quinta-feira, 17, em Las Vegas, consagrou Rosalía, Jorge Drexler e Bad Bunny. Com seu ótimo disco “Motomami”, Rosalía venceu, entre outras, a importante categoria Álbum do Ano e fez uma das melhores apresentações ao vivo da cerimônia, cantando um medley de seus sucessos. Assim, a espanhola segue se solidificando como uma das grandes artistas pop do momento.

Anitta levou funk para o Grammy Latino, exibido para todo o mundo

Grande vencedor da premiação, Jorge Drexler levou seis troféus, incluindo Gravação do Ano, principal categoria da premiação, com “Tocarte” (ao lado de C. Tangana) – desbancando “Envolver”, de Anitta –, e Canção do Ano, também com “Tocarte”. Com uma respeitada carreira na música – com direito ao Oscar de Melhor Canção Original, de 2005, no currículo –, o uruguaio também teve seu grande momento ao vivo, ao lado de Elvis Costello. Muito próximo e parceiro de artistas brasileiros, Drexler também venceu na categoria Melhor Canção em Língua Portuguesa, ao lado de Marisa Monte, por “Vento Sardo”.

Rosalía foi um dos destaques da cerimônia

Brilho brasileiro

Liniker fez história como primeira brasileira trans a ganhar o prêmio

Os artistas brasileiros sempre têm lugar especial no Grammy Latino, inclusive com categorias dedicadas exclusivamente à língua portuguesa, mas este ano há alguns marcos históricos. Na pré-cerimônia do Grammy – que acontece antes do evento principal, esse televisionado –, o Brasil foi destaque com Liniker se tornando a primeira trans brasileira a ganhar o prêmio, com a canção “Indigo Borboleta Anil”, em Melhor Álbum de Música Popular Brasileira. “Sou uma cantora, compositora, atriz brasileira, e hoje algo histórico acontece na história do meu país. É a primeira vez que uma artista transgênero ganha um Grammy”, disse uma emocionada Liniker, em espanhol, em seu discurso de agradecimento.

Indicado em duas categorias, Jão, um dos principais nomes do pop atual, foi o único brasileiro a se apresentar nessa mesma cerimônia prévia, interpretando seu hit “Idiota”. Também foram premiados Ludmilla, Alceu Valença, Erasmo Carlos, Chitãozinho & Xororó e Bala Desejo, banda carioca que está despontando no cenário da música brasileira, mesclando bossa nova, indie pop e MPB.

Anitta fez parte do time de apresentadores, ao lado de Luis Fonsi, Laura Pausini e Thalia

Na cerimônia principal, Luísa Sonza e Ludmilla anunciaram os premiados de duas categorias. Anitta não levou o prêmio de Gravação do Ano – e assim, não repetiu o feito de Caetano Veloso no ano passado –, mas teve seu momento de consagração. Além de estar no time de apresentadores, ao lado de Thalia, Luis Fonsi e Laura Pausini, e gastar seu espanhol fluente, ela apresentou um medley de seus hits ao vivo, começando com “Envolver”, e levou o funk brasileiro novamente para o mundo. Não foi a melhor performance de Anitta, mas ela acabou quebrando, digamos, o protocolo da cerimônia, dominado pela língua espanhola e por um certo padrão de ritmos mais latinos. Agora, a expectativa é se Anitta leva o prêmio de Artista Revelação no Grammy.

Um dos momentos mais esperados pelos fãs de Gal Costa, a homenagem feita à icônica cantora, morta no último dia 9, deixou a desejar. Gal apareceu cantando no telão, Anitta e Thalia falaram algumas palavras em tributo a ela, e logo depois anunciaram Rosalía, o que talvez tenha confundido o público brasileiro, que achou que a cantora espanhola faria alguma homenagem-surpresa. Não foi o que aconteceu. Gal merecia mais.

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