Lecanemab: conheça o medicamento que pode reduzir o avanço do Alzheimer

Yuri Ferreira  • Redator É jornalista paulistano e quase-cientista social. É formado pela Escola de Jornalismo da Énois e conclui graduação em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo. Já publicou em veículos como The Guardian, The Intercept, UOL, Vice, Carta e hoje atua como redator aqui no Hypeness desde o ano de 2019. Também atua como produtor cultural, estuda programação e tem três gatos.

Há décadas, os cientistas buscam encontrar uma cura para o Alzheimer. A doença atinge milhares de brasileiros e, talvez, finalmente um medicamento possa ser realmente eficaz no combate a esse tipo de demência.

Um estudo publicado na New England Journal of Medicine afirma que o remédio lecanemab foi eficiente no combate à proteína beta-amiloide, um dos bioindicadores associados com o Alzheimer.

Esse é o primeiro medicamento que demonstrou real eficácia no duplo cego no combate ao Alzheimer e marca história da ciência

Pela primeira vez na história, um estudo clínico científico mostrou eficácia real após revisão de pares e pode ser um considerável passo no tratamento contra a doença.

Apesar do sucesso, a droga também mostrou preocupações. No duplo cego, cerca de 800 pessoas receberam o medicamento. Destas, 17% dos participantes apresentaram hemorragias cerebrais, e outros 13% apresentaram inchaço cerebral. Entre os voluntários, 7% tiveram de deixar os testes devido a efeitos colaterais.

O lecanemab é uma espécie de anticorpo que age especificamente contra a proteína beta-amiloide, considerada por muitos como o principal agente na formação do Mal de Alzheimer.

Os resultados mostram uma redução de 25% no avanço da demência, algo que nenhum medicamento havia conseguido até o momento.

Contudo, como os resultados ainda não foram tão eficazes e trouxeram riscos consideráveis à saúde dos pacientes, a droga seguirá sendo aprimorada para conseguir trazer uma experiência mais segura para os seus consumidores.

Além disso, vale ressaltar que a droga só funcionaria em casos de estágio inicial, não sendo capaz de causar uma melhora retroativa.

Outra droga de sistema similar é a aducanumab, aprovada pela FDA, a agência regulatória dos EUA, para ser utilizada no combate ao Alzheimer.

Os cientistas consideram as descobertas do lecanemab um ponto importante para a pesquisa sobre o Alzheimer e aguardam com esperança novas informações sobre a droga.

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