MIS homenageia Emanoel Araújo, Elza Soares e outras 79 personalidades negras

Kauê Vieira  • Sub-editor Nascido na periferia da zona sul de São Paulo, Kauê Vieira é jornalista desde que se conhece por gente. Apaixonado pela profissão, acumula 10 anos de carreira, com destaque para passagens pela área de cultura. Foi coordenador de comunicação do Projeto Afreaka, idealizou duas edições de um festival promovendo encontros entre Brasil e África contemporânea, além de ter participado da produção de um livro paradidático sobre o ensino de África nas Escolas. Acumula ainda duas passagens pelo Portal Terra. Por fim, ao lado de suas funções no Hypeness, ministra um curso sobre mídia e representatividade e outras coisinhas mais.

O Museu da Imagem e do Som (MIS), em São Paulo, acaba de inaugurar a exposição “Grandes Personalidades Negras”, que celebra a vida e trajetória de 81 homens e mulheres negras brasileiras. 

A mostra fica em cartaz durante o Mês da Consciência Negra e o número 81 exalta a memória de Emanoel Araújo, diretor-fundador do Museu Afro-Brasil morto em setembro aos 81 anos de idade. O baiano do Recôncavo se coloca ao lado de Elza Soares, que nos deixou em janeiro de 2022. 

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Exposição ‘Grandes Personalidades Negras’, no MIS

Negros: anônimos e mitológicos 

Quem for ao MIS, no Jardim Europa, em São Paulo, vai desfrutar de uma galeria com fotos e referências de negros e negras maravilhosos. 

São anônimos como o artista circense Benjamim Oliveira, que divide espaço com mitos do tamanho de Pelé, Clara Nunes, Chica da Silva, Carolina Maria de Jesus, Luiz Gama, Conceição Evaristo, Lima Barreto, Tim Maia e Machado de Assis (que por décadas teve o rosto embranquecido), entre outros. 

Emanoel Araújo, diretor-fundador do Museu Afro, morto aos 81 anos

‘Não somos descendentes de escravos’

O secretário de Equidade Racial de São Paulo, Ivan Lima, disse ao Jornal Nacional que o intuito da obra é acabar com um entendimento racista de que a população afro-brasileira é descendente de escravizados. 

“Nós não somos descendentes de escravos, como dizem os livros escolares. Nós somos descendentes de grandes civilizações africanas. De reinados fortes e poderosos, de reis, rainhas, príncipes e princesas”, ressalta o secretário. 

A exposição é a cara de São Paulo por apostar no grafite como forma de retratar os rostos das personalidades negras citadas. A arte urbana é sinônimo do rap, ainda vítima de preconceito, mas que conquistou seu espaço dentro do MIS. 

O rap é retratado por meio de nomes como Emicida, artista que arrebatou os apaixonados por música – dentro e fora do Brasil. 

Além do MIS, a exposição “Grandes Personalidades Negras” acontece em quase uma centena de espaços culturais da cidade de São Paulo, todos com entrada gratuita. 

Alguns deles: 

• Museu Afro-Brasil 
• Paço das Artes 
• Memorial da América Latina 
• Fábricas de Cultura
• Palácio dos Bandeirantes 
• Estações do Metrô Marechal Deodoro e República

Os retratos originais se concentram no Museu da Imagem e do Som e os outros centros de cultura recebem cartazes com réplicas dos retratos. 

Emicida também estará na exposição no MIS

Serviço: 

“Grandes Personalidades Negras” 

Quando: de 5/11 a 4/12

Ingresso: gratuito 

Onde: MIS – Avenida Europa, 158 (Jardim Europa/São Paulo-SP) 

Para saber mais:  https://www.mis-sp.org.br/