Ciência

Mudanças climáticas causarão ‘apocalipse’ de insetos, diz estudo

01 • 11 • 2022 às 15:49
Atualizada em 06 • 11 • 2022 às 09:55
Vitor Paiva
Vitor Paiva   Redator Vitor Paiva é jornalista, escritor, pesquisador e músico. Nascido no Rio de Janeiro, é Doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Trabalhou em diversas publicações desde o início dos anos 2000, escrevendo especialmente sobre música, literatura, contracultura e história da arte.

Uma pesquisa da Universidade James Cook, na Austrália, concluiu que as mudanças climáticas podem provocar impactos terríveis até mesmo sobre os insetos. De acordo com o estudo, os efeitos da ação humana sobre o meio ambiente reduzirão drasticamente as populações de insetos no planeta.

O “apocalipse” dos insetos também agravará o quadro ambiental da humanidade e da Terra, causando um desequilíbrio extremo na cadeia alimentar, na biodiversidade e no próprio funcionamento da natureza.

As abelhas já foram reconhecidas como o ser vivo mais importante para a saúde do planeta

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-Fotógrafo investiga a beleza (meio nojenta) dos insetos em zoom

A explicação para a potencial extinção que as mudanças climáticas podem impor sobre os insetos está no aumento da temperatura e o fato de esses animais serem ectotérmicos, ou terem pouca capacidade de regular a temperatura corporal. Dessa forma, a elevação do calor na Terra coloca os insetos em situação especialmente ameaçada, diante da previsão de elevação da temperatura entre 2ºC e 5ºC até 2100.

A dificuldade de regular a temperatura do próprio corpo está por trás da ameaça de extinção dos insetos

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“Um conjunto crescente de evidências mostra que muitas populações de insetos estão diminuindo rapidamente em muitos lugares. Esses declínios são de profunda preocupação, com o termo ‘apocalipse de insetos’ sendo cada vez mais usado pela mídia e até mesmo por alguns cientistas para descrever esse fenômeno”, afirmou William Laurance, da universidade australiana, e um dos autores do estudo. Além da variação de temperatura, o estudo demonstrou que as mudanças climáticas afetam os insetos por outros efeitos, como a poluição, redução dos hábitats e a predação.

Assim como as abelhas, as borboletas atuam diretamente na polinização de plantas

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O desequilíbrio causado por uma redução ou extinção dos insetos impacta diretamente na saúde do planeta e da humanidade, já que tais animais são determinantes na polinização, no controle de pragas e na reciclagem de nutrientes, em conclusão que agrava ainda mais a urgência de recuperar áreas afetadas e conter o impacto da ação humana.

“As evidências são claras e impressionantes. Precisamos agir agora para minimizar os impactos nas populações de insetos — sabemos como fazê-lo, mas a tomada de decisões e o financiamento necessário continuam sendo empurrados pelo caminho”, concluiu o pesquisador.

Além de fazerem parte da cadeia alimentar, os insetos atuam no controle de pragas no planeta

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