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Primavera Sound: Festival estreia no Brasil com ótimos shows e ajustes para uma próxima edição

07 • 11 • 2022 às 15:02
Atualizada em 07 • 11 • 2022 às 17:26
Adriana Del Ré
Adriana Del Ré   Redatora Adriana Del Ré é jornalista especializada na área de cultura e entretenimento. Formada pela PUC-SP, foi repórter, subeditora e editora no jornal O Estado de S. Paulo. Colaborou também para Rolling Stone, UOL, portal da CNN e Valor Econômico, entre outros veículos.

A volta dos festivais depois da pandemia trouxe um gosto especial para quem gosta de frequentar esse tipo de evento. Para além da felicidade de ver de perto novamente os artistas performando no palco, existe um clima de comoção e gentileza pairando no ar. Foi assim na 1.ª edição do Primavera Sound no Brasil, que ocupou o Distrito Anhembi, em São Paulo, no fim de semana.

Lorde: um dos shows concorridos do festival

Por mais que o festival importado da Espanha parecesse um “Inverno Sound” por causa do vento gélido que percorria implacável pela área a céu aberto do Anhembi, o calor do público, e os artistas e bandas com sede de estar no palco tornaram tudo mais leve, ameno. Em 400 mil metros quadrados, foram instalados cinco palcos, pelos quais passaram mais de 60 atrações, entre já consolidadas, como Arctic Monkeys, Björk, Liniker, Lorde, Interpol e Travis Scott, e outras que estão despontando com força, como Phoebe Bridgers e Bad Gyal.

É a estrutura de um festival de grande porte, o que obrigou o público, em vários momentos, a ter de escolher entre dois shows que aconteciam simultaneamente em palcos diferentes – ou mesmo se dividir entre os dois. Pelo menos, isso não ocorreu entre os dois principais palcos do evento, o Primavera e o Beck’s, que estavam com programação alternada.

Arctic Monkeys: hits potentes

Mesmo assim, o público teve de correr para sair de um show no Primavera e chegar a tempo na apresentação do Beck’s – e vice-versa –, já que ambos ficavam em extremos opostos. Muitas vezes, era preciso enfrentar o combo “distância + multidão no meio do caminho” para se fazer esse trajeto.

Árvores e trânsito

No sábado (5/11), o público enfrentou alguns problemas, principalmente por se tratar do primeiro dia de um festival que estava em sua primeira edição. Justamente por ainda não ser um evento familiar, fez falta uma melhor sinalização indicando onde ficavam os palcos e outras áreas do evento. Isso foi solucionado no domingo (6/11) com a ajuda do staff, que indicava, por exemplo, qual melhor caminho seguir para os palcos Primavera e Beck’s, os mais concorridos.

Aliás, a localização do Beck’s causou surpresa ao público. E gerou reclamações. O palco por onde passaram nomes como o já citado Arctic Monkeys, Jessie Ware, Charli XCX e L7NNON, entre outros, estava instalado em meio a árvores, que atrapalhavam a visão de quem só encontrava espaço muito atrás para assistir aos shows (apesar de haver telões espalhados nas laterais).

Liniker: atração brasileira

De acordo com uma fonte ouvida pelo Hypeness que faz parte do staff do festival, o local acomoda muito mais pessoas do que o palco Primavera. Além disso, a ideia era a de que as árvores, que obviamente não seriam retiradas do terreno, fossem vistas como benfeitoras e não vilãs. Explica-se: a organização esperava que o final de semana fosse de sol e as pessoas ficassem felizes por encontrar abrigo sob suas copas. Talvez seja preciso repensar a localização desse palco no caso de uma segunda edição brasileira no mesmo Anhembi.

Outro ponto a ser revisto pela organização numa próxima edição é a saída do público. É preciso criar alternativas para que as pessoas consigam ir embora sem maiores dores de cabeça. No primeiro dia, em especial, instaurou-se um caos quando grande parte das pessoas deixou o Anhembi no mesmo horário, e se concentrou nos portões 19 e 20, únicos destinados oficialmente a embarque e desembarque de aplicativos de viagem. Resultado: trânsito pesado, taxas altíssimas e muitas horas de espera por um motorista. É necessário também facilitar a vida de quem prefere usar transportes públicos, como ônibus e metrô. São outros ajustes que precisam ser avaliados.

Phoebe Bridgers: artista em ascensão

Apesar dos contratempos, o público pôde curtir ótimos shows e momentos especiais, como a islandesa Björk acompanhada pela orquestra brasileira Bachiana Filarmônica – e com uma luz linda ao fundo no cair da tarde –; a potência dos hits dos sempre afiados Arctic Monkeys e a apresentação ensolarada de Lorde, visivelmente feliz de estar lá. Aliás, o show de Lorde foi nitidamente um dos mais disputados do festival.

Em tempo: o Auditório Barcelona foi a cereja do bolo do festival e deveria ter tido atenção maior do público. Fica a dica para a próxima vez.

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Fotos: Pridia (@pridiabr)/Divulgação


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