Debate

Quem foi Virginia Leone Bicudo, que está no Doodle de hoje

21 • 11 • 2022 às 13:43
Atualizada em 21 • 11 • 2022 às 14:48
Yuri Ferreira
Yuri Ferreira   Redator É jornalista paulistano e quase-cientista social. É formado pela Escola de Jornalismo da Énois e conclui graduação em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo. Já publicou em veículos como The Guardian, The Intercept, UOL, Vice, Carta e hoje atua como redator aqui no Hypeness desde o ano de 2019. Também atua como produtor cultural, estuda programação e tem três gatos.

O Doodle de hoje da Google é uma homenagem a Virgínia Leone Bicudo, um dos principais nomes da intelectualidade brasileira, que estaria completando 112 anos neste 21 de novembro. Mas você sabe quem foi ela?

Virginia Bicudo foi uma psicanalista e socióloga crucial para a compreensão do nosso país. Uma das primeiras professoras universitárias negras do país, Virgínia foi também pioneira para o desenvolvimento do pensamento racial brasileiro.

Virgínia celebraria o aniversário de 112 anos neste 21 de novembro

Se formou no ano de 1938 em Ciências Sociais na Escola Livre de Sociologia e Política, sendo a primeira mulher negra a realizar o feito. Sete anos depois, defendeu tese de mestrado sobre racismo no Brasil, um dos primeiros trabalhos sobre o tema em nosso país. A obra ‘Estudo de atitudes raciais de pretos e mulatos em São Paulo’ é seminal para estudos do tipo.

Após concluir sua formação acadêmica, continuou tecendo estudos sobre a psicanálise, área do conhecimento que usualmente era restrita aos médicos no nosso país. Esses estudos levaram à criação da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, entidade que Virgínia dirigiu nos anos 1960 e 1970.

O desenvolvimento de uma intelectualidade tão avançada, segundo a própria Virgínia, foi fruto do racismo sofrido.

Seu pensamento também foi inovador por método que combinava sociologia e psicanálise

“Para não ser rejeitada, tirava nota boa na escola. Desde muito cedo, desenvolvi aptidões para evitar a rejeição. Você precisa tirar nota boa, ter bom comportamento e boa aplicação, para evitar ser prejudicada e dominada pela expectativa de rejeição, diziam meus pais. Por que essa expectativa? Por causa da cor da pele. Só pode ter sido por isso. Eu não tive na minha experiência outro motivo”, afirmou em entrevista a Ana Verônica Mautner, publicada na Folha de São Paulo, em 2000.

Leia também: Quem foi André Rebouças? Abolicionista teve plano de reforma agrária sabotado pela elite em 13 de maio

 

Publicidade

Fotos: Reprodução/Google Foto 2: Reprodução/Sociedade Brasileira de Sociologia


Canais Especiais Hypeness