Sustentabilidade

Vírus adormecidos há 48 mil anos encontrados na Sibéria acendem sinal de alerta

25 • 11 • 2022 às 16:18
Atualizada em 26 • 11 • 2022 às 09:09
Yuri Ferreira
Yuri Ferreira   Redator É jornalista paulistano e quase-cientista social. É formado pela Escola de Jornalismo da Énois e conclui graduação em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo. Já publicou em veículos como The Guardian, The Intercept, UOL, Vice, Carta e hoje atua como redator aqui no Hypeness desde o ano de 2019. Também atua como produtor cultural, estuda programação e tem três gatos.

Cientistas de um grupo internacional de universidades publicaram um estudo que revela a descoberta de vírus que estavam adormecidos há cerca de 48 mil anos.

Os microorganismos estavam congelados no permafrostum tipo de geleira da Sibéria que está derretendo a cada ano mais por conta do aquecimento global.

Permafrost siberiano derretendo; além de vírus, gases tóxicos também estão sendo liberados na atmosfera

As descobertas foram de 13 espécies vírus pertencem a cinco classes diferentes e foram coletados em sete lugares diferentes. Muitos patógenos estavam associados a fezes de animais, restos mortais, etc.

Nenhum dos vírus aparenta ter potencial de infectar humanos diretamente, mas a descoberta alerta que outros vírus e bactérias podem acabar ressurgindo com o descongelamento do permafrost que tem sido observado na Rússia.

“Acreditamos que nossos resultados com vírus que infectam Acanthamoeba [ameba] podem ser extrapolados para muitos outros vírus de DNA, capazes de infectar humanos ou animais. Portanto, é provável que o permafrost antigo (eventualmente com muito mais de 50 mil anos) libere esses vírus desconhecidos após o descongelamento”, escreveram os autores no estudo.

Os cientistas inseriram os vírus em amebas para ver seu comportamento. “O risco biológico associado à revivescência de vírus pré-históricos que infectam amebas é, portanto, totalmente insignificante. Colocá-los em amebas é a melhor proteção possível contra uma infecção acidental de trabalhadores de laboratório ou a disseminação de um vírus terrível”, explicam os pesquisadores.

Os pesquisadores alertam para o risco de derretimento do permafrost. “O risco tende a aumentar no contexto do observado aquecimento global, quando o degelo do permafrost continuará se acelerando e mais pessoas estarão povoando o Ártico na sequência de empreendimentos industriais”, denuncia o documento. O estudo ainda não passou por revisão de pares e está na plataforma Biorxiv.

Leia também: O que é permafrost e como seu derretimento coloca o planeta em risco

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