Ciência

Manipulação genética: Planta da família do tabaco produz cocaína em suas folhas

07 • 12 • 2022 às 15:22 Redação Hypeness
Redação Hypeness Acreditamos no poder da INSPIRAÇÃO. Uma boa fotografia, uma grande história, uma mega iniciativa ou mesmo uma pequena invenção. Todas elas podem transformar o seu jeito de enxergar o mundo.

Cientistas chineses editaram geneticamente uma planta da família do tabaco, a planta da espécie Nicotiana benthamiana, e fez com que ela produzisse alguns nanogramas de cocaína em suas folhas. Esta é a primeira vez que um vegetal tem seu genoma modificado para a produção deste tipo de estimulante do sistema nervoso central, conhecido por provocar sensações de euforia e prazer.

Nicotiana benthamiana

Publicado na revista científica Journal of the American Chemical Society, o estudo que descobriu como produzir cocaína através de plantas editadas geneticamente foi liderado por pesquisadores do Instituto de Botânica Kunming (KIB), na China. Em laboratório, foi possível produzir 400 nanogramas de cocaína por miligrama de folha seca, afirmam os autores.

Fins científicos e medicinais

Vale lembrar que, hoje, a droga é proibida na maioria dos países e, consequentemente, este tipo de produção somente pode ser feito para fins científicos ou medicinais. Os autores acreditam ter descoberto uma nova forma de produção, mais segura e controlada, que poderá ser usada pela indústria farmacêutica.

Afinal, os compostos da cocaína já são usados para fins medicinais, mas são pouco explorados pela dificuldade de obtenção da substância. Esta seria uma forma inédita de produção e, após mais estudos, os compostos poderiam ser aperfeiçoados, removendo possíveis efeitos indesejados.

Por exemplo, em 2020, a agência Food and Drug Administration (FDA), nos Estados Unidos, liberou o uso de um anestésico nasal que contém a droga. O Numbrino não pode ser vendido em farmácias e o uso é restrito exclusivamente a hospitais.

“A produção disponível de cocaína no tabaco não é suficiente para atender à demanda em grande escala. Isso é uma realidade ainda distante”, explica Sheng-Xiong Huang, um dos autores do estudo, para a revista New Scientist.

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