Por que essas nuvens bizarras apareceram no céu dos EUA?

Yuri Ferreira  • Redator É jornalista paulistano e quase-cientista social. É formado pela Escola de Jornalismo da Énois e conclui graduação em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo. Já publicou em veículos como The Guardian, The Intercept, UOL, Vice, Carta e hoje atua como redator aqui no Hypeness desde o ano de 2019. Também atua como produtor cultural, estuda programação e tem três gatos.

Alguns moradores do Estado de Wyoming, no interior dos EUA, ficaram chocadas ao observar que, em meio aos belos montes nevados da região, surgiu uma corrente de nuvens em formato de ondas marítimas. O fenômeno ocorreu em 6 de dezembro, ao lado das montanhas Bighorn.

Registro foi feito em Wyoming, mas ocorre em todo o planeta; fenômeno é conhecido e pode ter sido inspiração para Van Gogh

Mas o que diabos pode ter gerado essas nuvens em formato de onda? Seria um recado divino? Seria a presença de aliens? O céu vai virar mar?

Nada disso! Trata-se de um fenômeno relativamente comum e bem conhecido pela ciência, que até tem um nome: chama-se instabilidade de Kelvin-Helmholtz.

Basicamente, ela ocorre quando corrente de ar mais rápida se move acima de uma que se move de forma mais lenta, “empurrando” o topo das nuvens para um lado, criando o efeito de ondas marítimas no meio do céu.

O fenômeno leva os nomes dos cientistas Lord Kelvin e Hermann von Helmholtz. Kelvin foi o criador da escala Kelvin e responsável por diversos outros achados da física e da química, essenciais para o desenvolvimento da ciência moderna.

Nuvens deste tipo são espetáculo à parte e são explicadas pela física desde o século XIX

As nuvens de Kelvin-Helmholtz são apontadas como uma possível inspiração para o pintor neerlandês Vincent Van Gogh para o famoso quadro “Noite Estrelada”, em que as cirrus aparecem com uma curvatura parecida com uma onda. A obra é um dos principais marcos do pós-impressionismo.

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