Ciência

Quais estrelas inéditas foram detectadas por supertelescópio da Nasa?

23 • 12 • 2022 às 14:23 Vitor Paiva
Vitor Paiva   Redator Vitor Paiva é jornalista, escritor, pesquisador e músico. Nascido no Rio de Janeiro, é Doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Trabalhou em diversas publicações desde o início dos anos 2000, escrevendo especialmente sobre música, literatura, contracultura e história da arte.

Passado um ano desde o lançamento e cinco meses do início dos trabalhos do supertelescópio James Webb, o equipamento da NASA vem alcançando feitos e registros tão inéditos quanto extraordinários quase diariamente.

Um novo estudo, porém, retornou às primeiras imagens capturadas pelo telescópio para descobrir um incrível segredo astronômico. A análise realizada por cientistas de universidades dos EUA e do Reino Unido encontrou 24 estrelas nunca antes registradas, a uma distância de cerca de 7,5 mil anos-luz do nosso planeta.

Detalhe da imagem dos Penhascos Cósmicos capturada pelo James Webb após a análise

Detalhe da imagem dos Penhascos Cósmicos capturada pelo James Webb após a análise

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Quais são as estrelas inéditas?

Na imagem analisada, o James Webb buscou registrar inicialmente os Penhascos Cósmicos, região localizada em um aglomerado conhecido como NGC 3324, na Constelação Carina, onde se formam novas estrelas, e encontraram sinais das estrelas “escondidas”.

O estudo foi publicado na revista científica Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, e explica que, em imagens anteriores capturadas pelo telescópio Hubble, tais estrelas se encontravam encobertas por poeira: somente com a câmera infravermelha do novo telescópio foi possível capturar os corpos celestes.

Aregião dos Penhascos Cósmicos na constelação de Carina com as estrelas destacadas

A região dos Penhascos Cósmicos na constelação de Carina com os rastros das estrelas destacados

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As análises avistaram duas dúzias de jatos de hidrogênio “lançados” por estrelas jovens durante seus primeiros 10 mil anos de vida, quando coletam gases e poeiras ao redor, e ejetam parte desse material.

Foi justamente o hidrogênio molecular, elemento vital para o desenvolvimento das estrelas em seus primeiros anos, que se fez visível com as novas imagens, em fenômeno comumente de difícil registro por ser passageiro, durando apenas alguns milhares de anos ao longo da infância de uma estrela.

A imagem inicial da nebulosa Carina, onde a região foi percebida, lançada em julho de 2022

A imagem inicial da nebulosa Carina, onde a região foi percebida, lançada em julho de 2022

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“Jatos como esses são sinalizadores para a parte mais emocionante do processo de formação de estrelas”, afirmou Nathan Smith, da Universidade do Arizona e um dos autores do estudo, em comunicado.

“Nós só os vemos durante uma breve janela de tempo, quando a protoestrela está acumulando ativamente”. Segundo Jim Morse, do Instituto de Tecnologia da Califórnia e coautor da pesquisa, os jatos descobertos no estudo somente são visíveis a partir de um mergulho profundo nas imagens, capaz de dissecar dados de cada um dos diferentes filtros e isolando cada área em análise. “É como encontrar um tesouro enterrado”, concluiu.

Registro da Nebulosa Carina com o aglomerado de estrelas NGC 3324 no topo, à direita

Registro da Nebulosa Carina com o aglomerado de estrelas NGC 3324 no topo, à direita

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© fotos: NASA, ESA, CSA e STScI


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